O promotor Maurício Antonio Lopes é alvo de um inquérito na Corregedoria do Ministério Público de São Paulo que visa apurar possíveis excessos do promotor Maurício Antonio Lopes no processo contra o deputado eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o palhaço Tiririca. A investigação é originária de uma representação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), instância de controle externo das atividades do Ministério Público.
Na opinião do conselheiro do CNMP Bruno Dantas, autor da representação, o promotor é signatário de “manifestações públicas inadequadas, exageradas e preconceituosas” contra o dublê de humorista e parlamentar, eleito com mais de 1 milhão de votos no Estado de São Paulo. Na avaliação do conselheiro, o promotor “optou pela desmoralização pública do candidato eleito, em vez de pautar sua atuação na técnica processual, como faz a maioria dos membros do Ministério Público que não depende dos holofotes”.
Dantas fundamentou a representação em entrevistas do promotor à mídia, nas quais rotula o caso como “questão de honra” e disse que a eleição de Tiririca foi um “estelionato eleitoral”. Na véspera, Lopes disse que prefere se manifestar somente após ser comunicado oficialmente sobre a representação, o que ocorreu na manhã desta quinta-feira. Ainda assim, preferiu se manter em silêncio.
Insatisfeito com os resultados exibidos na prova de leitura e escrita aplicada ao deputado eleito Tiririca, Lopes voltou a pedir ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo a realização de um novo teste de alfabetização. Embora o requerimento constasse na pauta do Tribunal para esta quinta-feira, analistas jurídicos descartam a possibilidade de aprovação por parte dos magistrados.
O advogado de Tiririca, Ricardo Vita Porto, também afirmou que o promotor não merece credibilidade. Segundo o advogado, Lopes procura obter promoção pessoal.
Contas aprovadas
Depois de provar que sabe ler e escrever, Tiririca também demonstrou à Justiça Eleitoral que sabe fazer contas. Ele teve as suas despesas de campanha aprovadas, nesta quinta-feira, em caráter definitivo. O deputado eleito revelou o gasto de R$ 678 mil, arcados na quase totalidade por seu partido, o PR. Apenas a mulher do parlamentar, Nana Magalhães, realizou a doação de R$ 1.280. Com 1,3 milhão de votos, Tiririca ainda conseguiu economizar R$ 341,66, que foi a diferença entre o que o candidato arrecadou e as despesas feitas ao longo do período eleitoral.
Quase 98% da arrecadação do deputado eleito veio por meio do seu comitê financeiro ou por meio dos diretórios do PR, ou seja, as chamadas doações ocultas. Entre os gastos de Tiririca discriminados no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o candidato gastou R$ 47,6 mil com consultoria política, paga à empresa Manhelli Associados, especializada em marketing eleitoral.
Fonte: Correio do Brasil
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