Stephanie Kohn Jon "Maddog" Hall, diretor executivo da Linux International, é realmente carismático e querido pelo público da Campus Party. Durante toda sua palestra nesta quarta-feira (19), entre sugestões criativas e objetivos grandiosos, o "papai noel", como muitos o chamam carinhosamente, fez brincadeiras e dividiu com o público sua vasta experiência no mercado. O tema central da palestra foi o projeto social chamado de Cauã, um projeto que, em um dos pilares, visa criar milhões de novos empregos no setor privado, tornar a computação mais fácil e barata, reduzir o uso de energia e trazer a inclusão digital a populações de baixa renda. Mas, para que isso aconteça, o projeto deverá ser encabeçado por um novo Thin Client - que depende primariamente de um servidor central para o processamento de atividades. A máquina tem pouco poder de processamento, mas pode fazer o uso de softwares bastante superiores e, o melhor, são bem mais baratos. Segundo Maddog, ele quer levar a internet e suas infinitas possibilidades de benfícios à humanidade. Por isso, todo o projeto se baseia no desenvolvimento de um conjunto completo de Software Livre para atender as necessidades de um ou mais mercados. Ele quer aplicar as melhores técnicas de computação em nuvem para permitir que os usuários finais usem esses softwares por meio dos Thin Clients. Aqui no Brasil, a Universidade de São Paulo é a entidade que vai abraçar o projeto, além de alguns fabricantes. Com os números do Brasil na ponta da língua, ele contou que os brasileiros precisariam, em média, de 400 milhões de Thin Clients para rodar este projeto. Isso porque, atualmente, o país conta com 192 milhões de habitantes, sendo que 80% são de área urbana, o que daria uma conta final de cerca de 10 mil pessoas que precisariam ser treinadas, por mês, para manter o projeto em plena ordem. Em termos de custo, Maddog garantiu que o Thin Client aqui no Brasil deve atingir, no máximo, R$ 400. Ele espera que com o passar dos anos, os aparelhos mais velhos sejam revendidos para pessoas de baixa renda e o custo de treinamento do pessoal também abaixe com o tempo. Somando essas duas projeções futuras, o que teríamos por aqui seria um índice muito maior de inclusão digital, além da criação de muitos empregos. No fundo, o papel do Projeto Cauã nada mais é que padronizar o serviço e o produto, entregar conhecimento, treinar e fornecer um projeto pronto para que investidores brasileiros possam financiar a ideia. |
0 Comentários
Estamos aguardando seu comentário