A disputa eleitoral foi mais
acirrada na internet que no eleitorado em geral, mostra estudo
divulgado pelo Ibope nesta segunda-feira, 25.
O estudo, elaborado pelos
pesquisadores João Francisco Resende, do Ibope Inteligência, e Juliana
Sawaia Cassiano Chagas, do Ibope Mídia, cruzou dados das pesquisas
eleitorais realizadas pelo instituto entre 30 de junho e 30 de outubro
de 2010.
O trabalho apontou
que a diferença na intenção de votos entre os principais candidatos à
Presidência da República - Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e
Marina Silva (PV) - era menor entre os eleitores conectados que entre o
eleitorado em geral.
Dilma, que venceria a disputa,
aparece em todas as pesquisas realizadas com porcentuais mais baixos
que os apresentados no eleitorado geral. Já o tucano José Serra e a
então candidata do PV apareciam com números mais altos.
No início do período, os dois
apareciam empatados entre os conectados - em 30 de junho os dois
somavam 36%, em 29 de julho e em 15 de agosto, 37% -, enquanto no
eleitorado geral, Dilma já começava a abrir dianteira, em função do
maior conhecimento que as pessoas passaram a ter sobre ela - 39% a 34%
em 29 de julho, 43% a 32% em 15 de agosto.
No início do segundo
turno, Serra se aproximou de Dilma no eleitorado geral, chegando a 43%,
ante 49% de Dilma. Entre os conectados, Serra assumiu a liderança, com
50% a 41% em 13 de outubro. Em 20 de outubro, o tucano tinha 48%
contra 42% e no dia 28 de outubro, Dilma virava o resultado: 49% a 43%
entre os conectados e 52% a 40% no eleitorado geral.
A
alteração no cenário eleitoral entre o final do no início do segundo
turno se deve a boatos que passaram a circular pela internet, dando
conta que Dilma apoiaria a legalização do aborto e criticando sua
participação em grupos armados que lutaram contra o regime militar e o
seu suposto ateísmo.
Ainda
no primeiro turno, uma declaração de Monica Serra, mulher do
presidenciável tucano, contribuiu para o acirramento da guerra virtual
entre PT e PSDB. Em campanha na Baixada Fluminense, Monica afirmou que
Dilma "é a favor de matar as criancinhas", referência ao fato de que a
petista seria a favor do aborto.
Em resposta, blog ligado ao PT
divulgou documento assinado por Serra quando ministro da Saúde que
regulamenta a realização do aborto em casos previstos na legislação,
como estupro e em casos de risco de morte da mãe e indicou que a versão
do Plano Nacional de Direitos Humanos feito na gestão FHC "defende a
ampliação da legalização do aborto".
Fonte: Jornal O Globo
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