Aldacéia Oliveira
Diante da
decisão do Tribunal de Justiça do RN (TJRN), que acatou pedido do
Governo do Estado e votou pela ilegalidade da greve e do anúncio de
corte de salários dos grevistas, quero manifestar meu repúdio e, ao
mesmo tempo, convidá-los/las a renovarem a indignação e espírito de
lutas por uma educação pública com qualidade social – para todas as
pessoas.
A efetivação
dos direitos mais elementares passa, necessariamente, pela educação e
esta, além de direito, constitui-se forte instrumento de exercício
democrático e realização da cidadania participativa e, portanto,
elemento de extrema relevância para a transformação de uma sociedade.
Assim
sendo, os profissionais da educação são postos, na agenda de
governos do tipo Rosalba, como profissionais que, na prática, não
precisam ser valorizados, pois, no exercício da função social da
educação, em contextos do saber-fazer pedagógico, são sujeitos que
anunciam e criam - nas interações com os sujeitos - novos modos de
pensar, agir e relacionar-se consigo, com os outros, com o coletivo e
com o que é público. Compromisso com a educação pública, para este
governo, é mera retórica de campanha eleitoral.
Não
é à toa que a Rosalba, sob o manto da proteção judicial, faz cair
por terra um direito constitucional: o direito à greve. E a
Secretária Betânia Ramalho instaurará processo
administrativo disciplinar contra os servidores que estão, pela
greve, lutando por uma educação pública com qualidade social? A que
se destinaram as reflexões desenvolvidas em sua produção
acadêmico-científica? E os/as que estão em exercício na gestão das
DIREDs? Como se sentem e se posicionam diante desses fatos?
As
crianças, adolescentes, juventudes e os profissionais que estão no
terreno das escolas públicas estaduais sabem sim como são precárias as
condições de trabalho/ de ensino e de aprendizagens, além dos
péssimos salários dos docentes e demais servidores da rede pública
estadual de educação.
E
essa realidade também se faz presente no universo de trabalho dos
que estão na área da saúde, da segurança públicas do Estado, dentre
outras áreas. Esse quadro é de legalidade? A violação de direitos deve
ser banalizada? Ao que parece, o
direito, por si só, não é suficiente para produzir as transformações
necessárias à sua efetivação. Faz-se necessária a articulação, a
pressão, acompanhada de um processo de mudança de mentalidades.
Assim,
é preciso valer o direito a lutar contra a negação do direito a uma
educação pública com garantia de dignidade aos que nela trabalham e
estudam.
*
Matéria publicada a pedido de Aldacéia Oliveira, professora do CAMEAM/
UERN - Campus de Pau-dos- Ferros/RN e imagem atitudonline.blogspot.com
0 Comentários
Estamos aguardando seu comentário