O Campo Majoritário do PT – grupo que agrega as três
tendências hegemônicas da sigla – não chegou a um consenso sobre
mudanças nas regras de filiação e realização de prévias para definição
de candidaturas majoritárias.
O assunto dominou parte dos debates no segundo dia de seminários do
Campo Majoritário, no centro da capital paulista. Sem acordo, os líderes
que planejavam elaborar uma proposta formal de alteração do estatuto,
decidiram produzir um relatório interno, para dar continuidade às
negociações. Um grupo comandado pelo deputado federal Ricardo Berzoini
pregou o endurecimento nas regras de filiação, mas a tese foi recebida
com hostilidade por outros líderes petistas.
A intenção de Berzoini era elaborar uma proposta de reformulação do
estatuto do PT, incluindo como requisitos para a filiação de militantes a
participação em cursos e seminários organizados pela legenda. “Estava
brincando que o cara se filiar ao PT vai se tornar um castigo. Não
podemos criar um ‘partido bolshevik’. O PT é um partido de massa”, disse
o deputado federal Jilmar Tatto. Restrições à realização de prévias
também não foram compactuadas pelos líderes das tendências. Correntes do
partido defendiam mudanças no sistema, mas não houve acordo.
“Nós temos que fazer um balanço e ver que as últimas prévias que nós
realizamos foram viciadas. Temos que ter a coragem de rever esse
instrumento, e, em alguns casos específicos, não usar um instrumento
quando ele se volta contra nós”, defendeu o ministro da Secretaria-Geral
da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que trabalha para
evitar prévias na disputa pela candidatura à Prefeitura de São Paulo,
hoje centrada entre a senadora Marta Suplicy e o ministro Fernando
Haddad (Educação). Carvalho defende a tese de que as prévias podem
acirrar disputas internas o que prejudicaria o PT nas próximas eleições
municipais
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