Uma técnica pioneira e pouco invasiva poderá revolucionar o
tratamento da hipertensão arterial e ajudar os pacientes, que não reagem
aos medicamentos, a reduzir a pressão alta de forma segura e eficaz.
Ela leva apenas meia hora para ser aplicada e consiste na
utilização de ondas de rádio para destruir os nervos "hiperativos" que
circundam os rins.
Os cirurgiões inserem um cateter numa das artérias, que emite uma
frequência rádio e 'silencia' estes nervos nas artérias, que levam o
sangue até ao sistema renal.
O procedimento cirúrgico foi desenvolvido por cientistas australianos e,
após um ano de estudo com doentes, as conclusões foram finalmente
divulgadas.
O estudo, publicado na revista científica Circulation, revelou que
83% dos pacientes do grupo tratado através desta técnica registaram uma
queda na pressão arterial sistólica (o menor valor da pressão arterial)
e, destes, 79% mantiveram esta redução durante 12 meses.
Com base nestes números, os cientistas estimam que o procedimento poderá cortar o risco de ataque cardíaco e AVC em 40%.
A equipe observou também que os rins dos participantes não foram
danificados pelo tratamento e que a sua função não ficou comprometida,
não se registando efeitos prejudiciais nestes órgãos a longo-prazo.
Em comunicado, Murray Esler, diretor do Baker Idi Heart and
Diabetes Center, em Melbourne, responsável pela descoberta, explica que
este procedimento inovador "poderá ter implicações significativas na
saúde pública e no tratamento da hipertensão arterial resistente, um
fator de risco elevado que pode causar acidentes vasculares cerebrais
(AVC) e ataques cardíacos".
Para apurar a eficácia do sistema, Esler e a sua equipa analisaram
os seus efeitos ao longo de um ano e constataram que apenas seis meses
de tratamento das artérias, ao redor dos rins com ondas de rádio, eram
suficientes para reduzir a pressão arterial resistente a remédios.
Atualmente há cerca de 120 milhões de pessoas em todo o mundo em
risco de morte prematura por doenças renais e episódios cardiovasculares
devido a este problema.
Com informações do Boas Notícias.
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