Brasília – O julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão,
terminou hoje (17) depois de mais de quatro meses. A 53ª sessão dedicada
ao assunto foi encerrada por volta das 16h30 de hoje. “Vocês nunca mais
vão ouvir falar de uma ação tão longa, de um julgamento tão complexo”,
disse o presidente do STF e relator do processo, Joaquim Barbosa, ao
deixar o plenário.
O julgamento desta tarde começou com o voto de desempate do ministro
Celso de Mello sobre a questão da perda de mandato de parlamentares
condenados no processo. Em seguida, houve alguns ajustes nas multas
aplicadas e a rejeição de recurso do ex-diretor do Banco do Brasil
Henrique Pizzolato, que pedia vista de processo que tramita em outra
instância.
Os ministros também entenderam que não cabe à Corte definir os valores a
serem ressarcidos aos cofres públicos. "Não vejo como identificar com
precisão qual o montante devido por cada réu”, disse Barbosa, lembrando
que as condutas estão muito entrelaçadas. Segundo o ministro, o
ressarcimento deve ser estabelecido posteriormente em ação civil
própria.
A discussão sobre a execução imediata das condenações também foi
adiada. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, retirou o
pedido de prisão imediata dos condenados, feito nas alegações finais do
processo e durante a fase da defesa oral. Ele explicou que só voltará a
abordar o assunto quando o julgamento terminar, por meio de uma nova
petição. O pedido pode ser julgado individualmente por Barbosa durante o
recesso de fim de ano.
Antes de encerrar a sessão, Barbosa protagonizou desentendimento com o
ministro Marco Aurélio Mello. O presidente começou a agradecer os
assessores que colaboraram ao longo dos últimos sete anos. Marco Aurélio
ficou incomodado com o que considerou uma quebra de liturgia do
Tribunal e acabou deixando o plenário.
Agência Brasil
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