O Brasil recebeu pela primeira vez, na noite desta segunda-feira (1º) e
madrugada desta terça (2), um avião 787 Dreamliner, novo modelo da
Boeing construído com materiais modernos, mas que apresentou problemas
de bateria no início deste ano que fizeram com chegasse a ter operações
suspensas em todo o mundo.
A aeronave, que veio ao Brasil e pousou no Aeroporto do Galeão, no Rio,
e de Guarulhos, em SP, pertence à Ethiopian Airlines e veio procedente
de Adis Abeba, a capital etíope.
O avião inaugurou a primeira rota da companhia para a América do Sul,
com escala em Lomé, no Togo. Em ambos os aeroportos brasileiros, o avião
foi recepcionado com um “batismo” dos veículos de bombeiros na pista,
que jogam água sobre as aeronaves que inauguram rotas.
A Ethiopian Airlines vai operar três voos semanais, com chegadas ao
Brasil às segundas, quartas e sábados, e saídas para a Etiópia às
terças, quintas e domingos.
Porta da aeronave com sinalização em inglês e
amárico, idioma etíope (Foto: Dennis Barbosa/G1)
amárico, idioma etíope (Foto: Dennis Barbosa/G1)
O 787 Dreamliner é um modelo considerado bastante inovador. Materiais
compostos, com mescla de substâncias como fibra de carbono e plástico,
formam metade de sua estrutura principal, inclusive a fuselagem e as
asas, o que o torna mais leve. Segundo a Boeing, o modelo consome 20%
menos combustível do que outras aeronaves do mesmo tamanho.
O Dreamliner chegou prometendo mais conforto aos passageiros, com maior
umidade do ar e janelas maiores. Estas, em vez de serem fechadas por
cortinas, contam com um sistema eletrônico que permite escurecer o
vidro, reduzindo a entrada de luz gradualmente.
Poltrona da classe business reclinada
(Foto: Dennis Barbosa/G1)
(Foto: Dennis Barbosa/G1)
O G1 voou na aeronave entre Rio e São Paulo, e sua
decolagem silenciosa chamou a atenção. O espaço nos assentos da classe
econômica era comparável ao de outras máquinas que fazem voos
intercontinentais, mas as janelas maiores reduzem a sensação
claustrofóbica de estar em um avião.
O 787 da Ethiopian que voa para o Brasil tem 24 assentos na classe
business e 246 na econômica. A companhia possui cinco unidades do
modelo.
Baterias
Os 787 Dreamliner tiveram que permanecer em solo por decisão das autoridades aeronáuticas norte-americanas durante mais de três meses, entre meados de janeiro e final de abril, devido a dois incidentes com suas baterias de íon-lítio em um intervalo de duas semanas.
Os 787 Dreamliner tiveram que permanecer em solo por decisão das autoridades aeronáuticas norte-americanas durante mais de três meses, entre meados de janeiro e final de abril, devido a dois incidentes com suas baterias de íon-lítio em um intervalo de duas semanas.
A Ethiopian também foi afetada pela decisão, mas foi a primeira a
retomar as operações com o 787 depois que a suspensão dos voos foi
cancelada. “Nunca tivemos problemas com esse avião. E nossa equipe foi a
primeira a estar pronta para voltar a usá-lo”, explicou o CEO da
Ethiopian, Tewolde Gebremariam, que veio ao Brasil para inaugurar a nova
linha.
A inauguração também contou com a presença da presidente da Boeing no
Brasil, a americana Donna Hrinak, que agradeceu à Ethiopian por trazer o
Dreamliner ao Brasil.
Iluminação interna assume tonalidades diferentes
(Foto: Dennis Barbosa/G1)
(Foto: Dennis Barbosa/G1)
Um dos objetivos da nova rota é oferecer uma alternativa mais curta de
viagem para os brasileiros que trabalham na África Ocidental, que
poderão fazer conexão em Lomé para países daquela região, como a
Nigéria. Outra meta é levar mais turistas para a Etiópia, país ainda
pouco conhecido pelos brasileiros.
Finalmente, de Adis Abeba, os viajantes terão a opção de fazer conexão
para uma série de destinos na África Oriental, Oriente Médio e Extremo
Oriente, como Israel, Índia, Seychelles, China e Egito.
Na América do Sul, a LAN, que se fundiu com a brasileira TAM, é a
empresa que já possui o Dreamliner, mas por enquanto não o usa no
Brasil.
Comissária da Ethiopian na classe econômica do novo avião (Foto: Dennis Barbosa/G1)
Cabine do Dreamliner da Ethiopian (Foto: Dennis Barbosa/G1)
As
janelas do novo Dreamliner têm um sistema eletrônico para regular a
luminosidade que vem do exterior (Foto: Dennis Barbosa/G1)
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