O governo da presidenta Dilma Rousseff
recuperou parte da aprovação perdida após as manifestações populares de
junho. Pesquisa Ibope em parceria com o Estado concluída na
segunda-feira mostra que a taxa de ótimo/bom do governo cresceu de 31%
para 38% desde 12 de julho. Ao mesmo tempo, as opiniões de que o governo
é ruim ou péssimo caíram de 31% para 24%.
A
avaliação de que o governo é "regular" permaneceu em 37%. Apenas 1% não
soube ou não quis responder. A recuperação ocorreu principalmente no
Sul e no Sudeste, onde as taxas de aprovação cresceram 11 e 12 pontos
porcentuais, respectivamente.
Para
a CEO do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, a recuperação de parte
da popularidade de Dilma está relacionada ao refluxo das manifestações
de rua, principalmente no Sudeste. "Os protestos diminuíram de tamanho e
de alvo. A presidenta não está mais no foco das manifestações", afirma
Marcia.
Pesou
também a favor do governo a melhoria de alguns indicadores econômicos,
como a redução da inflação e do desemprego, e o aumento da confiança do
consumidor.
Nesta
sexta-feira, 23, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que o índice
de confiança cresceu 4,4% no mês de agosto. "São todos indicadores
concretos, que fazem diferença no dia a dia do eleitor", afirma a CEO do
Ibope Inteligência.
Velocidade.
A pesquisa Ibope mostra que a recuperação da popularidade de Dilma é
lenta. Sinais de que sua imagem estava melhorando haviam sido detectados
pelo Datafolha duas semanas atrás. Em comparação àquela pesquisa, a
aprovação governo foi de 36% para 38% agora. Ainda está longe do patamar
onde esteve, porém. Em março, a presidente chegou a 65% de ótimo/bom no
Datafolha e a 63% no Ibope.
No
Sudeste, onde os protestos se voltam contra outros políticos, como os
governadores do Rio, Sergio Cabral (PMDB) e de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), a taxa de ótimo/bom da administração Dilma cresceu de
24% para 36% entre julho e agosto. Ao mesmo tempo, a taxa de
ruim/péssimo caiu de 38% para 28%. O "regular" ficou estável.
No
Sul, o movimento foi semelhante: ótimo/bom passou de 28% para 39%,
enquanto ruim/péssimo caiu de 32% para 24%. Já nas regiões Nordeste e
Norte/Centro-Oeste a aprovação do governo continua exatamente com as
mesmas taxas de um mês atrás: 43% e 35%, respectivamente.
Capitais
e interior. Continua a existir, entretanto, um grande fosso geográfico
na popularidade de Dilma. Nas capitais (onde mais gente foi para a rua
protestar), a taxa de ótimo/bom do seu governo é muito mais baixa do que
nas cidades do interior: 30% a 41%. Nas cidades do entorno das capitais
e nas metrópoles regionais a situação é intermediária: 37% de
ótimo/bom.
Pode
ser um sinal de que programas do governo federal voltados para
municípios do interior, como o Mais Médicos, estão começando a surtir
efeito. Mas significa também que os avanços de Dilma no Sudeste podem
não ter se repetido nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, por
exemplo - o que é má notícia para os seus respectivos prefeitos.
A
pesquisa Ibope-Estado foi feita entre os dias 15 e 19 de agosto. Foram
2.002 entrevistas face a face, feitas na residência dos entrevistados. A
pesquisa tem abrangência nacional: foi feita em 143 municípios de todas
as regiões do Brasil. Sua margem de erro máxima é de dois pontos
porcentuais, para mais ou para menos, num intervalo de confiança de 95%.
Fonte: Agências / Blog a Tromba
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