O PROBLEMA DA FALTA DE MÉDICOS EM LUÍS GOMES Há poucas horas participei de mais uma Sessão da Camara Municipal. Um
dos temas que dominou as discussões, mais uma vez, foi a questão da
saúde no nosso município. Nem era minha intenção tratar do tema, mas me
senti provocado a fazer muito mais para responder comentários de uma
funcionária municipal da saúde. Talvez, da parte dela, provocações
cegas, mesquinhas e politiqueiras. Ainda bem que ouvi apenas fragmentos
porque, pelo que captei, infelizmente ela não tinha a preocupação de ser
honesta e, por isso, fingia ser novo o PROBLEMA. Não me peçam
para não falar do passado, acho ridículo e muita hipocrisia ignorá-lo.
Na Câmara Municipal, sinto que, para um ou outro vereador, essa palavra
não deveria ser lembrada. Ela, para mim, é tão importante quanto o
presente. É olhando para o passado que construímos o hoje. Isso quando
queremos fazer mais e melhor. É a oportunidade que temos de não repetir
os erros que, sabemos, não são poucos. Por isso, quem insistir em
continuar reproduzindo as falhas, as maldades, que nos fez vítima, vai
pagar caro por isso. Voltando a questão dos médicos, da falta
deles, e consequentemente ao passado, tenho acompanhado mais de perto,
pelo menos de forma consciente, o discurso dos políticos luisgomenses
nos últimos anos. Todos eles prometeram resolver o problema da falta de
médicos no Hospital Municipal. Nem precisa dizer que até o momento,
agora, que escrevo essas linhas, não passa o discurso, de uma fraude
eleitoral. Direi a mesma coisa, se o problema não for resolvido no
final desta gestão. Para evitar o estresse, também não é oportuno, nem
vou lembrar aqui de outras promessas. Não faz muito, poucos
meses apenas, o tema saúde, a do nosso município, foi abordado em um
pronunciamento de rádio, emissora de Souza, pelo médico e ex prefeito,
por três mandatos, Pio X Fernandes. Aplaudiria o discurso dele se ele
tivesse sido exemplar, conseguido bons resultados na área durante os 12
anos em que ficou a frente da administração municipal. Infelizmente, nos
anos do seu governo, com algumas reservas, frequentemente também
faltavam médicos e outros problemas mais. Assim, por isso, para mim,
seu pronunciamento, suas críticas a gestão de Francisco Tadeu Nunes, que
tem menos de dois anos de administração no seu currículo, não teve
outra utilidade a não ser a de fazer eu enxergar outras situações,
algumas capaz de irritar até mesmo os que costumam ser enganados com
mais freqüência. Errou feio o prefeito de Luis Gomes, o médico
Francisco Tadeu Nunes, quando não tomou as providências administrativas
para punir o funcionário público, também médico Pio X Fernandes, que
ignorou o Regime Jurídico Único do Município, Lei que trata dos direitos
e deveres do servidor público. Punir, inclusive com demissão, porque
não voltou a trabalhar no prazo que deveria, fim da última campanha
eleitoral ou melhor, nem voltou. Errou ainda a administração municipal
porque continuou pagando mensalmente a um médico fantasma (Pio X), até o
mês de junho último, quando no mesmo período deixou de pagar aos
contratados e cargos comissionados. Por quase oito meses a
administração, não entendo as razões de tanta “generosidade”, se
comportou assim. Agora vem a parte que mais me preocupa. Ora,
se a falta de médicos é um problema grave também no nosso município por
que Pio, que sabe mais do que ninguém dessa realidade gritante, pediu a
administração para não trabalhar em Luís Gomes? Por que Pio pediu
oficialmente para ficar afastado, licença sem remuneração, das unidades
municipais que tratam da saúde do nosso povo? Ainda mais contraditório
foi a decisão da administração de conceder licença por dois anos, que
por lei poderia não ter sido concedida, porque tal decisão fica a
critério do prefeito, quando falta ao cidadão luisgomense médicos para
tirar plantões no Hospital Municipal; também para preencher as vagas das
equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) e por isso, por esse
drama, pediu socorro ao Programa Mais Médicos do Governo Federal.
Saída, quando também não nos falta coragem, sempre temos. Nesse caso,
pelo menos quanto a licença, no meu ponto de vista ilegal e imoral, dada
a necessidade conhecida, poderá ser revista. A mesma lei, a 052/1999,
que permitiu o que foi protagonizado, diz no seu artigo 95, § 1º - “A
licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor
ou no interesse do serviço”. Nesse caso, se não faltar coragem e vontade
ao chefe da administração municipal, será um problema a menos. Por
outro, se essas características, tão importantes na vida do cidadão,
principalmente quando ele é um gestor, não forem acolhidas, a saída é
apelar para o “plano P” ou seja, Promotoria. Luciano Pinheiro de Almeida, professor, sindicalista e vereador pelo Partido dos Trabalhadores - PT de Luís Gomes.
Jornalista desde 1986, trabalhou no Diario do Rio Doce, em Minas Gerrais, Jornal da Cidade, Jornal da Paraiba, Radio Borborema, Jornal Porta Voz e Jornal a Tromba.
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