Catorze municípios do Rio Grande do Norte ultrapassaram a faixa
populacional usada pelo Tribunal de Contas da União para rateio do FPM e
vão receber mais recursos no próximo ano, segundo estudo realizado pela
Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com base na estimativa do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 14, pelo
menos dez têm atividades econômicas voltadas para o agronegócio,
prestação de serviços, comércio ou exploração de petróleo que resultam
em arrecadação de impostos acima dos repasses do FPM. É o caso de
Guamaré, cujo coeficiente de distribuição passará de 0.8 para 1.0; de
São Gonçalo do Amarante, onde está sendo construído o novo aeroporto do
Rio Grande do Norte; de Arês e Goianinha (agronegócio).
Com a economia voltada para a exploração do petróleo, Carnaubais, no
Vale do Açu, terá coeficiente 0.8 em 2014. Levando-se em conta os
repasses feitos pelo Tesouro Nacional no ano passado, a mudança de faixa
no FPM – do coeficiente 0.6, o menor na escala, para o 0.8 – representa
um acréscimo de recursos de R$ 1,6 milhão, já descontados os 20% da
Educação. Com 95.218 habitantes, São Gonçalo sobe para o coeficiente
3.0. De acordo com o estudo da CNM, apenas um município potiguar perdeu
população este ano em relação ao ano anterior. Foi Severiano Melo, no
Alto Oeste, mas a situação dele não muda em relação ao FPM. Recebia pelo
coeficiente 0.6 e vai continuar assim em 2014.
Guamaré está entre os 10 municípios do Nordeste com maior PIB per capita, segundo números de 2010 do IBGE
No Brasil, 140 municípios (ou 2,51%) perderam população este ano em
relação a 2012. De acordo com o IBGE, a população total do Brasil
aumentou em 7.086.259 habitantes – passou de 193.976.530 para 201.062.
789 pessoas. Esse acréscimo reflete diretamente nas finanças municipais,
pois é com base na quantidade de habitantes que o Fundo de Participação
dos Municípios (FPM) é calculado e distribuído. Os valores são
predeterminados em uma tabela do Tribunal de Contas da União (TCU).
Anna Ruth Dantas
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