poeta é encontrado sem vida num quarto de hotel em Belém-PA


A família do poeta Manoel Monteiro, desaparecido há uma semana, acaba de confirmar a triste notícia: ele foi encontrado, sem vida, em um quarto de hotel em Belém do Pará, neste sábado (07). Sua filha Kátia já viajou para fazer o reconhecimento do corpo.
Informou Kátia Monteiro que recebeu uma ligação na tarde deste sábado e a recepcionista do Hotel conferiu com ela a documentação do poeta, com a qual ele deu entrada para se hospedar e, ficou confirmado que se tratava mesmo do seu pai.
O hotel informou que Monteiro chegou na última terça-feira (03), entrou no quarto e de lá não mais saiu, até que os funcionários começaram a desconfiar e sentir um mal cheiro, quando então resolveram entrar em contato com a Polícia.
Kátia disse que nos últimos dias seu pai vinha falando que tinha vivido demais e que já tinha feito o que devia em vida. Ela acrescentou que o poeta Manoel Monteiro se encontrava num quadro depressivo e que tinha muito medo de se tornar uma pessoa inválida e dependente dos familiares.
"Nós vínhamos lhe dando o máximo de atenção porque víamos por sua conversa que ele estava triste. Ele estava sempre dizendo que já tinha feito o que tinha de fazer em vida e que não queria se tornar uma pessoa inválida, dependente dos filhos e acabou nos pregando essa surpresa desagradável e triste. Estarei viajando agora à noite com o coração destruído…", desabafou Kátia.
Referência no Brasil e um dos ícones da literatura de cordel, o poeta estava desaparecido desde 30 de maio. Quando ele desapareceu foi visto de alternativo para o Recife e, desde então, os familiares não tinham notícias sobre o seu paradeiro. As causas da morte do poeta ainda são desconhecidas. Manoel Monteiro era diabético e havia tido meses atrás um infarto.
Manoel Monteiro, assim como Patativa, andava com problemas de saúde, enfrentava o diabetes precisando de usar uma lupa para ler. Mesmo assim estava em plena atividade, escrevendo livros paradidáticos para grandes editoras e acabara de criar o projeto “Cordelando a Paraíba”, em que ele e outros escritores recontaram a história de cada um dos 223 municípios do Estado.
Aos 77 anos, o cordelista Manoel Monteiro se transformou em um dos mais importantes escritores da arte de escrever versos rimados e metrificados sobre temas diversos da atualidade.
Representante do chamado "Novo Cordel", ele teve espaço garantido dentro do Maior São João do Mundo, no Parque do Povo, com o Espaço Manoel Monteiro. Foram mais de 200 títulos escritos por ele, a exemplo de “A Maior Festa Junina é Feita Aqui em Campina, O Castigo da Soberba; Uma Tragédia de Amor; Peleja de Manoel Camilo com Manoel Monteiro; Padre Cícero: Político ou Padre? Cangaceiro ou Santo?; Quer Escrever um Cordel? Aprenda a Fazer Fazendo;Cartilha do Diabético; e A Estória do ET”.
Seu primeiro cordel foi publicado em Campina Grande em 1953.

Manoel Monteiro da Silva era natural de Bezerros, a 102 km de Recife (PE), mas desde 1955 morava em Campina. Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, era um dos mais importantes cordelistas do Brasil e o maior poeta de cordel da atualidade no país.

informações:apalavraonline

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