Ali, Marina Silva (PSB) venceu com 48% dos votos,
espólio que deve ser disputado agora por Dilma Rousseff (PT) e Aécio
Neves (PSDB).
Confirmado o apoio do PSB, que governa o Estado, à
candidatura de Aécio, o que farão no segundo turno os eleitores que
escolheram Marina no primeiro?
A
presidente Dilma Rousseff tem em seu favor o fato de ser a sucessora de
Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo é visto por muitos locais como o
início de uma era de progresso para a região. Muitos opinaram à
reportagem que preferem a continuidade à troca de governo.
Aécio
Neves se beneficia não apenas do apoio do PSB – que deve ser
significativo, ante a forte campanha promovida por prefeitos do partido
por Marina no primeiro turno –, como também do anseio por mudança de
parte do eleitorado.
Segundo diversos moradores consultados pela
reportagem, o candidato tucano tem ainda recebido o apoio declarado de
várias congregações evangélicas locais.
A seguir, dois eleitores
de Marina e moradores de Cabo de Santo Agostinho (pequena cidade a 37
Km
de Recife, onde a pessebista obteve 54% dos votos) explicam sua escolha
no segundo turno:
Voto em Dilma – 'Caso contrário, Pernambuco está lascado'
Casado e pai de uma menina de
12 anos, o motorista de ônibus Jurandir Pedro da Silva, 35, afirma que
gostou das propostas de Marina Silva no primeiro turno e se identificou
com o fato de a candidata ser evangélica.
Ele acha que o governo
Dilma Rousseff foi favorável à união homossexual e à adoção por casais
gays, "o que vai contra os meus princípios".
Ainda assim, vai votar em Dilma no segundo turno porque, caso contrário, "Pernambuco está lascado".
"Na minha visão, Aécio e (o ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso são a mesma coisa. E não gosto."
Natural
de Escada (PE), Jurandir hoje é motorista de ônibus de linha, mas antes
dirigia caminhões com cana-de-açúcar em canaviais da região. Ali, diz, é
praticamente "trabalho escravo".
Hoje, ele acha que a região tem
mais oportunidades graças ao complexo do Porto de Suape, cujo
crescimento levou trabalhadores do país inteiro ao sul de Recife e que
virou um grande polo empregador na região. Mas Jurandir também vê muita
rotatividade. "Aqui tem ciclos de emprego e ciclos de desemprego."
Ele
ainda mora de aluguel, mas sonha com a casa própria. Dois de seus
irmãos conseguiram casas por intermédio do programa petista Minha Casa
Minha Vida. "Quem teria condição de comprar uma casa se não fosse
assim?", questiona, elogiando também os benefícios levados pelo Bolsa
Família a pernambucanos.
Jurandir se diz admirador do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que seria seu escolhido se
fosse candidato. "Voto em Dilma por causa de Lula. Ele fez o que nenhum
presidente fez por Pernambuco."
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