O
ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),
considerou algo “gravíssimo” e uma “desfaçatez” a instalação
de um aparelho de grampo no seu gabinete. O aparelho foi encontrado pela
Secretaria de Segurança da Corte no dia 11 de abril, durante uma
varredura de rotina.
Segundo o ministro, do ponto de vista pessoal, o grampo não representa nenhum risco.
“Estou
totalmente tranquilo e confortável. Aqui recebo pessoas em audiência e
converso com meus assessores sobre os processos. A gravidade é alguém
saber, por antecipação, o que, eventualmente, estou pensando em fazer em
um processo. Fora isso, aqui é um espaço totalmente republicano, de
modo de que não há risco de aparecer qualquer coisa errada”, disse
Barroso, ressaltando que costuma escrever em casa, a mão, os votos.
O
ministro informou ainda que o aparelho, escondido dentro de uma caixa
de cabos telefônicos, estava “desativado”. Barroso afirmou não ter ideia
de quando o grampo pode ter sido instalado. “Não era uma escuta ativa.
Não tenho a menor ideia do que possa ser. Se alguém disse que isso
estava aí antes de eu tomar posse, não saberia dizer.”
Apesar do inusitado, o ministro disse não ter se surpreendido. “Nada no Brasil de hoje surpreende”, brincou.
Barroso está no Supremo desde 2013. Ele foi relator do rito do impeachment
da presidenta afastada Dilma Rousseff no STF e responsável pela
execução das penas dos condenados na Ação Penal 470, a do mensalão.