O começo tortuoso do governo interino de Michel Temer já leva
senadores a falar abertamente em votar contra o impeachment da
presidente afastada Dilma Rousseff na análise do mérito, que deve
ocorrer em setembro, segundo informa a jornalista Thais Bilenky.
Um levantamento da Folha de S. Paulo revela que Temer tem 43 dos 54
votos necessários para se tornar presidente definitivo. O mesmo painel
mostra 19 senadores contrários ao impeachment, cinco indecisos e 14 que
não declararam sua posição.
“E se ela propuser eleição direta, o que já devia ter feito um ano
atrás? E se ela acenar para a oposição? O jogo não está decidido, não”,
afirma Cristovam Buarque (PPS-DF). “A crise no governo Temer
influenciará não só a minha opinião, como a da maioria”, reforça Acir
Gurgacz (PDT-RO). “Estamos no fio da navalha”, diz Lasier Martins
(PDT-RS). Romário (PSB-RJ) não se pronunciou, mas deixou a comissão do
impeachment, numa sinalização de que já estaria mudando seu voto.
Gurgacz criticou abertamente o governo interino de Temer. Se mantido o
ritmo de tropeços do interino, o placar da admissibilidade pode “quase
se inverter”, afirmou.