Na semana que finda, os que ainda conservam a humanidade em um país
que está se tornando desumano sofreram um duro golpe. A esposa do
ex-presidente Lula sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC)
hemorrágico, o tipo mais grave. A partir dali, seguiu-se uma tempestade
de selvageria, desumanidade, ódio e maldade que agride as pessoas
decentes.
De alguns anos para cá, o ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma
Rousseff tiveram cânceres e, agora, a esposa do ex-presidente, dona
Marisa Letícia, foi vitimada pelo AVC. Nem Lula nem Dilma fundaram o SUS
nem tampouco são responsáveis pelos problemas de atendimento que possa
haver na rede pública de saúde brasileira, mas ao adoecerem com tanta
gravidade receberam ataques que nenhum outro presidente recebeu ao
adoecer e ter que se tratar em hospitais.
Por exemplo: ano passado, em julho, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso descobriu
que tinha um problema cardíaco e teria que usar um marca-passo. Foi
internado no Hospital do Coração, em São Paulo, para realizar o
procedimento. Nenhum dos subumanos que atacaram Lula, Dilma e dona
Marisa exigiram que ele se tratasse no SUS. Por quê?
Se o fato de ser presidente de um país em que o sistema público de
saúde tem falhas obriga esse presidente, durante ou após o mandato, a
usar esse sistema em caso de doença, isso não deveria valer para todos
os presidentes e ex-presidentes? Por que só ex-presidentes petistas são
cobrados dessa forma?
As ponderações acima são apenas exercício de retórica porque todos
sabem que o intuito de pessoas como as duas mulheres na foto acima e da
horda de monstros que infecta a internet não decorre de questões de
interesse público, mas de perversidade, de gana de fazer sofrer quem
pensa diferente.
O SUS melhorou muito durante os governos do PT. Foi criado o Samu
(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em 2003, as UPA’s (Unidades
de Pronto Atendimento 24 horas), o programa Mais Médicos, que garantiu a
vinda de 14.462 médicos estrangeiros para cobrir o déficit de
profissionais em localidades mais isoladas e pobres nas quais a
população nunca tinha tido médico. Mas essa não é a questão.
Nenhum presidente da República é responsável sozinho pelo SUS. Os
governos estaduais e municipais também têm responsabilidade. E todos
sabem que nenhum governador ou prefeito que não seja do PT é cobrado
pela saúde pública por gente como essa que agrediu dona Marisa no
momento mais terrível de sua vida.
Essa gente diz ter religião, em geral uma religião que prega amor ao
próximo, perdão, generosidade… Eis por que religião não diz nada, não
serve para aquilo que deveria, ou seja, tornar as pessoas melhores. Há
muito ateu que segue muito mais os preceitos do cristianismo que esses
ratos de igreja que cometem atos desalmados como as duas mulheres da
foto no alto da página.
Mas o que é mais irônico nem é isso. Dona Marisa está sendo agredida
por estar em um hospital dito “VIP” como ocorre com qualquer pessoa da
família de um político importante, mas foi graças ao marido dela que não
apenas o SUS melhorou muito como muitas pessoas humildes, que se tratam
no SUS, tiveram acesso a esse tipo de hospital “classe A”.
Sim, é isso mesmo. Lula foi o primeiro presidente a fazer com que os hospitais “chiques” atendessem o SUS.
O Ambulatório de Filantropia do Hospital Sírio-Libanês (HSL) completou em outubro do ano passado dez anos de atendimento a pacientes com câncer de mama referenciadas pelo Sistema Único de Saúde.
A partir de 2005, o Núcleo de Mastologia do Sírio Libanês realizou
2.371 cirurgias plásticas e, em pelo menos mil destes casos, também
foram feitas reconstruções e simetrização das mamas, durante o mesmo
procedimento cirúrgico da mastectomia.
Mas não é só. A obra de Lula para dar oportunidade a pacientes do SUS
para tratamento em hospitais “de bacana” foi muito mais longe.
Seis hospitais filantrópicos da rede particular formalizaram
em 2008 uma rede de apoio aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
A partir de 2009, hospitais como Albert Einstein, Sírio Libanês,
Oswaldo Cruz e Samaritano, que estão entre os mais caros de São Paulo,
começaram a garantir o atendimento da população carente em suas unidades
em troca de isenção de tributos federais.
Em 2009, Lula assinou a Medida Provisória 446,
que regulamentou o apoio de hospitais classificados como filantrópicos
aos hospitais do Sistema Único de Saúde. Seis instituições firmaram o
acordo e apresentaram por escrito suas propostas de melhorias para a
rede SUS
Sírio-Libanês, Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Hospital do Coração
(HCor), Samaritano e Moinhos de Vento deixaram de recolher quase R$ 1
bilhão de encargos trabalhistas. Em troca, realizaram cerca mais de uma
centena de projetos de apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). Alguns
deles, afirmam especialistas, supriram carências importantes da rede
pública.
Nunca antes na história deste país um presidente da República
melhorou tanto o SUS quanto o presidente Lula, com medidas como a supra
descrita e outras tão importantes quanto, como o Programa Mais Médicos,
que permitiu que milhões de brasileiros se consultassem com um médico
pela primeira vez na vida. E justamente esse presidente é atacado dessa
forma.
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