O secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes, confirmou que pelo
menos 60 presos que cumpriam pena no Complexo Penitenciário Anísio Jobim
(Compaj), em Manaus (AM), foram mortos durante a rebelião que começou
no início da tarde desse domingo (1º) e chegou ao fim na manhã de hoje
(2), após mais de 17 horas de duração.
Fontes também confirmou que a chacina é resultado da rivalidade entre
duas organizações criminosas que disputam o controle de atividades
ilícitas na região amazônica: a Família do Norte (FDN) e o Primeiro
Comando da Capital (PCC). Aliada ao Comando Vermelho (CV), do Rio de
Janeiro, a FDN domina o tráfico de drogas e o interior das unidades
prisionais do Amazonas. Desde o segundo semestre de 2015, líderes da
facção criminosa amazonense vêm sendo apontados como os principais
suspeitos pela morte de integrantes do PCC, grupo que surgiu em São
Paulo, mas já está presente em quase todas as unidades da federação.
Segundo o secretário de Segurança Pública, o estado, sozinho, não tem
condições de controlar uma situação como essa. A rebelião começou no
início da tarde desse domingo (1º). Agentes penitenciários da empresa
terceirizada Umanizzare e 74 presos foram feitos reféns. Parte desses
detentos foram assassinados e ao menos seis apenados foram decapitados.
Corpos foram arremessados por sobre os muros do complexo.
As autoridades estaduais ainda não sabem ao certo quantos presos
conseguiram fugir do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em
Manaus. Poucas horas antes do início da rebelião no Compaj, dezenas de
detentos tinham conseguido escapar de outra unidade prisional de Manaus,
o Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). O próprio secretário chegou a
afirmar a jornalistas que a fuga do Ipat pode ter servido como "cortina
de fumaça" para acobertar a ação no Compaj.