MIRIAM LEITÃO SEMEOU VENTO; COLHEU TEMPESTADE.

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Miriam Leitão não é terrorista. Adjetivá-la assim é covardia, sobretudo por ter sido ela presa pela Ditadura. Empurrar sua cadeira, como a jornalista relatou no artigo de hoje, é mais grave ainda, é agressão e merece todo repúdio.

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Dito isso, há vários entretantos, contudos, todavias e poréns nessa história toda.

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O primeiro entretanto se chama empatia. Para a Psicologia, empatia é a identificação de um sujeito com outro; quando alguém, através de suas próprias especulações ou sensações, se coloca no lugar de outra pessoa, tentando entendê-la.

Miriam provoca nossa empatia com o seu texto. Sentimos dó, pena, nos colocamos no lugar dela e podemos perceber a injustiça, a agressividade, a sensação de impotência...

Mas, pôde Miriam, n´algum momento, se colocar no lugar dos petistas? Pôde a jornalista pensar sobre os sentimentos dos militantes? Conseguiu ela refletir sobre quais reações suas opiniões e posturas poderiam provocar ao longo destes anos?

Por óbvio a ação dos dirigentes naquela aeronave foi errada e por muitos já condenada. Mas ninguém vai se colocar no lugar deles? Lanço aqui um desafio a Miriam e a todos que estão com o dedo em riste acusando os petistas de serem intransigentes, intolerantes e até violentos.

Se coloca no nosso lugar.

Põe uma camisa da CUT e vai andar no Eixão, para saber o que é coação.

Veste um boné do MST e experimenta ir ao Iguatemi, para ver o que é intolerância.

Nas redes sociais, tenta defender Lula e entenderá o que é perseguição.

Pega o mesmo vôo de volta a Brasília com a camisa do PT e saberá o que é manifestação de ódio...

Não estou defendendo o revanchismo, o olho por olho, o justiçamento. Longe disso. Mas não posso deixar de pontuar a parcela de responsabilidade que outros personagens tem sobre a consolidação deste cenário, extremado e perigoso.

Quem semeia vento, sem erro, colhe tempestade.

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Eu sempre fui bastante liberal neste quesito: políticos, personalidades, figuras públicas, tem que saber que estão expostos a manifestação popular. Lembram quando Dilma foi vaiada numa universidade nos EUA? Escrevi texto defendo o direito do cara de fazer isso.
Acho errado abordar a figura pública quando está no "dia de folga", em ambiente privado, com a família e filhos, etc. Agora, na rua? No aeroporto? Mas é claro que pode. No linguajar católico, é nosso dever e nossa obrigação.

Querer transformar isso em crime, deselegância ou coisa que o valha, se aproxima de Dória e sua ridícula tentativa de censurar críticas a ele nas redes sociais, ou a Temer e a grotesca iniciativa de proibir uso de sua imagem em memes nas redes sociais. Miriam Leitão, assim como toda e qualquer pessoa pública, tem que se submeter, sim, a um possível constrangimento popular. Digo e repito: sem covardia, agressão ou injúria.

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Outra coisa , me lembrou o amigo Fernando Stern, ela sofisma ao dizer que a emissora foi fundada depois de Getúlio, afinal de contas o jornal O Globo existia e foi, sim, atacado após seu suicídio (ver abaixo).

Ela, nesse caso, acusa os petistas não ter conhecimento histórico mínimo. Ou a carapuça serve para ela; ou foi cinismo puro. Vai saber...

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PS: por curiosidade, não mais que isso, dá um Google na expressão "Miriam Leitão repudia ataques ao PT"... Que tal?   

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