A decisão tomada pela defesa de
Michel Temer de ignorar as 82 questões formuladas pela Polícia Federal
no inquérito que o investiga por corrupção, obstrução judicial e
organização criminosa vai acelerar a denúncia do procurador-geral,
Rodrigo Janot; isso significa que o Brasil terá, pela primeira vez em
sua história, um ocupante da presidência da República denunciado por
crimes tão graves; silêncio de Temer se deve ao receio da defesa de que
ele voltasse a cair em contradições – como no caso do voo no jatinho da
JBS, em que Temer chegou a ser desmentido pelo próprio piloto da
aeronave; "embora todo investigado tenha o direito de permanecer em
silêncio, essa escolha é politicamente desastrosa", diz o ex-ministro
José Eduardo Cardozo; Temer havia dito que ministros denunciados seriam
afastados, mas avisou que esse critério não vale para ele.