Em 17 de abril do ano passado, quando Eduardo Cunha, hoje condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, aceitou o pedido de impeachment sem crime de responsabilidade contra a presidente legítima Dilma Rousseff, o escritor português Miguel Sousa Tavares definiu a sessão como "a assembleia de bandidos presidida por um bandido"; neste 2 de agosto, o golpe dos corruptos cumpriu mais uma etapa, na sessão que arquivou a acusação contra Michel Temer por corrupção passiva; o custo da operação foi de R$ 17 bilhões e envolveu a compra de deputados no próprio plenário; hoje, 473 dias depois de um golpe que transformou o Brasil na maior república bananeira de todos os tempos, o País se condena a ser governado pelo crime.