Bancada federal abandona governador e servidores com salários atrasados no RN



O final do ano ganhou contornos dramáticos para o funcionalismo público do Rio Grande do Norte. Com a folha de novembro ainda em aberto para mais de 30% dos servidores que ainda estão sem receber, o Governo do Estado também não tem dinheiro em caixa para pagar dezembro nem o 13º salário. Além dos efeitos no bolso da população, as consequências estão sendo sentidas nas ruas. Em razão do atraso nos salários, policias militares, civis e o corpo de bombeiros deflagraram greve por tempo indeterminado. Nesta terça-feira (26), o Ministério da Fazenda acatou a recomendação do Ministério Público de Contas e suspendeu o repasse de R$ 600 milhões que chegariam aos cofres estaduais esta semana. No momento mais grave da crise econômica potiguar, a saída a curto prazo para amenizar a asfixia financeira do RN passa pela união da classe política. No entanto, a bancada federal finge que não é com ela.
À exceção da deputada federal Zenaide Maia (PR), da senadora Fátima Bezerra (PT) e do deputado Fábio Faria (PSD), filho do governador Robinson Faria que permanece ao lado do pai em Brasília mais por uma questão de sobrevivência política, nenhum outro parlamentar divulgou qualquer posicionamento ou agiu junto ao governo Federal para buscar recursos. Na véspera do Natal, em dois posts curtos no twitter, o senador Garibaldi afirmou que vai falar com o chefe de gabinete civil da presidência da República, mas não deu detalhes de quando e onde isso vai acontecer.
Pelo silêncio das últimas semanas, os deputados Antônio Jácome (Pode), Beto Rosado (PP), Felipe Maia (DEM), Rafael Motta (PSB), Rogério Marinho (PSDB) e Walter Alves (PMDB), além dos senadores Garibaldi Alves (PMDB) e José Agripino (DEM) abandonaram o governador Robinson Faria e os servidores na reta final de 2017. Coincidências à parte, os mesmos parlamentares que permanecem calados votaram a favor do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e apoiaram a condução de Michel Temer ao Palácio do Planalto.
Nem o espírito natalino foi suficiente para sensibilizar a bancada federal do Estado a estender a mão aos servidores públicos com salários atrasados há 23 meses consecutivos. Nas redes sociais da maioria dos parlamentares só há registro de festas e comemorações. Não há nenhuma menção sequer às dificuldades financeiras do Estado com impacto direto em aproximadamente 110 mil famílias que dependem do funcionalismo público potiguar.
saibamais