O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, pode cair por causa do escândalo das candidaturas laranjas do PSL. Depois de ser interpelado aos gritos por Jair Bolsonaro, num telefonema no qual ordenou o cancelamento da agenda de Bebbiano na tarde de ontem, terça, o ministro sofreu outro ataque do clã Bolsonaro nesta quarta: Carlos Bolsonaro chamou-o de mentiroso num tweet no início da tarde. "Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista", escreveu Carlos; confira toda a história
"Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: 'É uma mentira
absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair
Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo
Antagonista", postou o parlamentar no Twitter. "Não há roupa suja a ser
lavada! Apenas a verdade: Bolsonaro não tratou com Bebiano o assunto
exposto pelo O Globo como disse que tratou", acrescentou.
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo,
o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro (PSL), deputado federal mais
votado em Minas, patrocinou um esquema de candidaturas laranjas no
estado que direcionou verbas públicas de campanha para empresas ligadas
ao seu gabinete na Câmara. O comando nacional do partido repassou R$ 279
mil a quatro candidatas, que receberam somente pouco mais de 2.000
votos, em um indicativo de candidaturas de fachada - neste caso existe a
simulação de alguns atos de campanha, mas não empenho efetivo na busca
de votos.
Outra matéria do jornal paulista apontou que o grupo do atual
presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), recém-eleito segundo
vice-presidente da Câmara dos Deputados, criou uma candidata laranja em Pernambuco -
Maria de Lourdes Paixão, 68 - que recebeu do partido R$ 400 mil de
dinheiro público na eleição de 2018. A prestação de contas dela aponta
que foram gastos 95% desses R$ 400 mil em uma gráfica para a impressão
de 9 milhões de santinhos e cerca de 1,7 milhão de adesivos - às
vésperas do dia 7 de outubro.
Cada um dos quatro panfleteiros que ela diz ter contratado teria de
distribuir 750 mil santinhos por dia. "A Folha visitou os endereços
informados pela gráfica na nota fiscal e na Receita Federal e não
encontrou sinais de que ela tenha funcionado nesses locais durante a
eleição", diz a matéria.