Nesta sexta-feira, dia 22, diversas cidades do Brasil realizam atos e protestos da jornada nacional de Luta em Defesa da PrevidĂȘncia. A resistĂȘncia Ă© organizada por dez centrais sindicais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Em janeiro, o governo de Jair Bolsonaro mandou para o Congresso a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nÂș 6/2019, que representa o desmonte da PrevidĂȘncia PĂșblica, o fim das aposentadorias e da proteção social para idosos, pensionistas e pessoas com deficiĂȘncia carentes.
Por outro lado, a proposta de reforma, que o governo chama de ‘Nova PrevidĂȘncia’, cria um sistema de capitalização individual das contribuiçÔes previdenciĂĄrias e um fundo bilionĂĄrio a ser administrados por bancos privados.
“Ă o seguinte, eles entregam tudo para os bancos, os empregados sozinhos pagam [as contribuiçÔes], patrĂ”es e governo nĂŁo pagam mais. Fica tudo nos ombros dos empregados”, disse Ubiraci Dantas Oliveira, o Bira, presidente da Central Geral dos Trabalhadores (CGTB).
Além disso, ela libera as empresas de pagarem a multa de 40% sobre o saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e os recolhimentos mensais para os aposentados que trabalham.
A proposta de mudança nas regras da aposentadoria då tratamento especial e mais brando para militares e não fala nada sobre a taxação das grandes fortunas ou contribuição sobre o lucro das empresas com alto grau de robotização, mecanização e poucos funcionårios.
A PEC 06/19 também desconstitucionaliza as regras da aposentadoria, abrindo uma porta para uma precarização ainda maior no futuro.
“Se a PEC for aprovada, qualquer governo vai poder piorar as regras, aumentar o tempo de serviço, aumentar o tempo de contribuição, reduzir o valor do benefĂcio – sem necessitar mudar a Constituição e sem precisar de dois terços de votos no Congresso –, e poderĂĄ alterar as regras da aposentadoria por meio de lei complementar”, explica Edson Carneiro, o Ăndio, secretĂĄrio-geral da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora.
As centrais sindicais acreditam que esta serĂĄ a primeira grande mobilização deste ano contra o desmonte da PrevidĂȘncia, e apostam que ela serĂĄ um motor para que os trabalhadores realizem uma greve geral nos prĂłximos meses capaz de barrar a reforma, assim como aconteceu em abril de 2017, quando cerca de 40 milhĂ”es de trabalhadores cruzaram os braços e derrotaram a proposta do governo de Michel Temer (MDB), na que foi considerada a maior mobilização da histĂłria do paĂs.
Participam dos atos as centrais: CUT, Força Sindical, Intersindical - Central da Classe Trabalhadora, CTB, UGT, Nova Central, CGTB, CSP-Conlutas e Intersindical - Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora e CSB.
Edição: Luiz Felipe Albuquerque
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