A música instrumental tem transformado vidas no interior do Rio Grande do Norte. É por meio de uma banda filarmônica que crianças e jovens estão sendo incluídos socialmente, acessando cultura e descobrindo novas perspectivas de vida. Assim tem sido para os integrantes das filarmônicas de Riacho de Santana e Caiçara do Rio dos Ventos, que este ano retomaram as apresentações e estão realizando concertos em vários locais do Estado.
Nas últimas semanas, a banda de Caiçara do Rio dos Ventos adicionou ao seu portfólio uma apresentação para a governadora Fátima Bezerra na Escola de Governo, em Natal. Além desta, o grupo está rodando as festas de padroeiro e emancipação política de vários municípios, tocando em praça pública e mostrando a todo mundo os acordes que aprenderam nas aulas teóricas. Por meio do acordo de empréstimo com o Banco Mundial, o Governo do Estado investiu quase R$ 4 milhões para equipar 39 bandas filarmônicas em 39 cidades do interior,beneficiando e incluindo socialmente mais de três mil crianças e jovens.
“Ver essa banda formada era o sonho deles há muito tempo. Quando os equipamentos chegaram, tivemos dois meses de aulas práticas e já começamos a nos apresentar. A cidade está toda mobilizada, porque infelizmente é muito pequena e não tem atrativos culturais para os jovens. A banda está transformando vidas”, relata o maestro Ricardo Gomes, que também iniciou sua carreira em uma filarmônica aos 14 anos, hoje possui curso técnico na área e está prestes a se formar bacharel em Música pela UFRN. Assim como o maestro, alguns de seus alunos já enxergam uma nova perspectiva de vida depois de ingressarem na banda, como estudar música nos bancos da universidade.
Em junho do ano passado eles fizeram o primeiro concerto no São João da cidade, em praça pública. Para alguns jovens de Caiçara, a possibilidade de conhecer a capital do Estado só se concretizou através da banda, assim como visitar pela primeira vez outros municípios como Santana do Matos, João Câmara, Carnaubais e São Tomé – cidades onde já se apresentaram. Os 37 integrantes ensaiam duas vezes por semana, enquanto outros 25 alunos estudam a parte teórica.
O secretário de Gestão de Projetos, Fernando Mineiro, acredita que é possível mudar a realidade social e cultural do interior do Estado com investimentos como este. “Em muitas cidades distantes, onde o acesso à cultura é mais difícil, as bandas são o único meio de os jovens conhecerem um pouco mais de música e serem incluídos socialmente. E exemplos como o do maestro Ricardo nos mostram que elas realmente podem transformar vidas”, pontua.
Já em Riacho de Santana, no Oeste potiguar, a última apresentação da filarmônica foi dia 10 de maio, na festa de emancipação política. As imagens dos jovens tocando se espalharam rapidamente e se tornaram virais na região. O maestro Ismael Ricarte registra que a banda estava há cinco anos sem funcionar. Depois do investimento do Governo do Estado, o desejo de tocar voltou. “Trouxemos pessoas que tocavam na banda antiga e formamos mais alguns, até que nos apresentamos a primeira vez em maio do ano passado”, conta.
Atualmente 25 pessoas integram a banda e outros esperam terminar a formação teórica para ingressar. A faixa etária vai dos 12 até mais de 30 anos. “Tentamos incluir pessoas de todas as idades, exatamente porque é um projeto inclusivo. Tem sido muito importante porque trabalhamos o foco e a disciplina com os jovens e ensinamos a eles como trabalhar em grupo”, destaca. Essa inclusão social é proporcionada também pela parceria com o Conselho Tutelar do município, que indica jovens a entrarem na banda.
O apoio das prefeituras é essencial para a continuidade das filarmônicas. No caso de Caiçara e Riacho de Santana, as prefeituras são parceiras e garantem o pagamento dos maestros, material didático e manutenção do local onde acontecem as aulas.
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