Golpe e Lava Jato quebraram a economia e construtoras encolhem 85% em 3 anos

O golpe contra a presidente Dilma Rousseff e as consequências econômicas da Lava Jato fizeram com que as principais construtoras do país encolhessem drasticamente nos últimos três anos. Entre 2015 e 2018, empresas como Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC Engenharia e Constran, viram sua receita líquida despencar 85%, passando de R$ 71 bilhões para R$ 10,6 bilhões, segundo reportagem do Valor Econômico.
As receitas também foram afetadas pela redução dos investimentos em infraestrutura e pela crise econômica, que levou à paralisação de projetos e políticas para o setor.  A crise no setor resultou na demissão de mais de 1 milhão de trabalhadore entre 2014 e 2019, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Construção Pesada e Infraestrutura (Sinicon). Neste período, o país perdeu 2,6 milhões de postos formais de trabalho e o setor respondeu por quase 40% do fechamento de vagas.  
Ainda conforme o Sinicon, o governo federal reduziu os investimentos, que chegaram a mais de R$ 100 bilhões em 2014, para R$ 53,7 bi no ano passado. Com a redução destes investimentos, as empresas ficaram expostas e as primeiras a sentirem o baque foram as que possuíam contratos junto à Petrobrás. "Em 2015, a estatal simplesmente suspendeu o pagamento às construtoras, de obras já então realizadas, diante das revelações da Lava-Jato e da própria crise da petroleira", destaca a reportagem. 
Construtoras como UTC, Galvão Engenharia, OAS, entre outras, tiveram que renegociar dívidas ou ingressar com pedidos de recuperação judicial, antes mesmo de firmaram acordos de leniência devido às investigações da Lava Jato. Especialustas, porém, questionam o modelo dos acordos resultantes da leniência. Em outros países o comando das empresas nesta situação costuma ser trocada rapidamente, enquanto que no Brasil o controle permaneceu praticamente intocado, o que eleva a desconfiança sobre os negócios.
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