por Débora Pereira
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), se encontrou neste domingo, 17, com Claude Maret, presidente da Federação dos Comerciantes de Queijo da França, para buscar parcerias para valorizar o queijo artesanal produzido em seu estado.
“Nosso interesse é proteger os queijos tradicionais do Nordeste, como o coalho e o queijo manteiga, que já são bem conhecidos, e também motivar os produtores a se lançarem em novas receitas, para conquistar novos mercados de consumidores que viajam muito e adoram queijos diferentes”, disse Fátima.
O Rio Grande do Norte foi o primeiro estado brasileiro a aprovar uma lei que protege o queijo artesanal de leite cru, inclusive com a autorização para que o queijo manteiga seja fabricado em tacho de cobre. Material muito utilizado na França por ser bom condutor de calor, o cobre é hostilizado pelas autoridades sanitárias brasileiras.
Desde agosto, com recursos do Banco Mundial e contrapartida dos produtores, o governo potiguar está financiando a construção de 55 queijarias na região semiárida do Seridó. Está previsto que 16 estarão prontas no primeiro semestre de 2020.
Durante o encontro, o queijo manteiga do produtor Luciano Firmino (Galego) foi degustado com uma geleia de pétalas de rosas da Finlândia. Todo mundo comeu e repetiu!
Os franceses e brasileiros se encontraram no Grand Palais de Paris, durante o evento de aniversário de 50 anos do Mercado Internacional de Rungis (a “Ceasa de Paris”).
“Nós estivemos na cidade de Natal em agosto, com a Guilde Internationale des Fromagers. Provamos o queijo coalho assado na brasa, vimos a fabricação do queijo de manteiga, ficamos muito impressionados. Queremos que essa colaboração seja bilateral, importação e exportação de produtos e troca de conhecimentos, para beneficiar os dois países”, disse Claude Maret.
Agora, o próximo passo é o lançamento de um calendário de cursos e formações, fruto da parceria da associação SerTãoBras com o governo do Rio Grande do Norte e a federação francesa. O objetivo é não só levar formações profissionais para inspirar os produtores potiguares, mas também ensinar a vender e falar de queijos para novos consumidores em eventos especializados.
O livre comércio de queijos artesanais ainda é um sonho distante. Mesmo para participação em concursos (sem comercialização), os produtores têm dificuldades de trazer queijos para a Europa. Outro dia, um chef de cozinha italiano em Milão me ligou pedindo um contato para comprar 70 quilos de queijo coalho para um evento… missão impossível na atual conjuntura.
0 Comentários
Estamos aguardando seu comentário