As filas de espera nas 17 agências do INSS no Rio Grande do Norte tinham até esta segunda-feira, 20, quase 9 mil requerimentos de benefícios previdenciários pedidos e ainda sem solução há mais de 45 dias.
A maioria (4.086) dos pedidos é por benefícios assistenciais a pessoas com deficiência, seguidos de aposentarias por idade (2.176); solicitações de auxílio maternidade (1.531); aposentadorias por tempo de contribuição (911); pensões por morte (591); benefícios assistenciais a idosos (523) e auxílio reclusão (23).
Na agência central da Previdência Social, que fica na Rua Apodi, muitas pessoas que tiraram senhas de atendimento – fora, portanto, dos agendamentos – esperaram em média mais de cinco horas para serem atendidas. Foi o caso, por exemplo, da camareira Maria Neusa Lima, 63 anos, que pretendia acessar seu histórico de tempo de serviço e o do já aposentado Aurino Silva, de 72 anos, que foi apenas obter seu extrato de empréstimo consignado.
Servidores ouvidos pelo Agora RN, que pediram para não se identificar, confirmaram que a lentidão da internet e a falta de pessoal são os grandes responsáveis pelas filas de espera. Atualmente, segundo informaram, são apenas 172 servidores do INSS trabalhando na capital. “Muito pouco, se formos considerar os 322 que existiam ainda em 2017”, afirmou uma das fontes. “Todo esse pessoal correu para se aposentar”, acrescentou.
Bom para Fabiana Adelino, que ganha a vida captando clientes que buscam benefícios negados para escritórios de advocacia. “Eu faço muitos bicos, mas este de levar pessoas para os escritórios já chegou a me render mais de R$ 1.500 por mês no ano passado”, disse.
Apesar dos esforços de gestão e do aumento significativo no despacho de benefícios pelo INSS, o estoque formado em 2018 de processos em análise ainda persiste.
O estoque cresce quando o número de requerimentos supera a quantidade de benefícios analisados e despachados. Cerca de 900 mil requerimentos são protocolados por mês. Desde julho de 2019, este passivo começou a diminuir com iniciativas de gestão e a partir dos mecanismos estabelecidos na Lei 13.846/2019. Ou seja, há mais benefícios analisados do que o número de requerimentos protocolados, respeitando a ordem cronológica.
Atualmente, 1,3 milhão de processos aguardam análise há mais de 45 dias. Nenhum benefício está atrasado por causa da adaptação dos sistemas com as novas regras instituídas pela reforma da Previdência. Desde 13 de novembro de 2019, data da publicação da Nova Previdência, o estoque foi reduzido em 170 mil.
A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, o INSS e a Dataprev trabalham desde agosto do ano passado nessas adequações, sendo que metade da demanda dos benefícios já foi ajustada às novas regras. A complexidade das alterações demanda cuidado para que se garanta segurança na concessão do benefício mais vantajoso ao cidadão.
agorarn
0 Comentários
Estamos aguardando seu comentário