Uma revelação bombástica. Raul Jungmann confessou, em entrevista à TV Democracia do jornalista Fábio Pannunzio, ter recebido um pedido ilegal do então presidente do TRF-4, Thompson Flores, para o descumprimento da ordem judicial para soltar Lula em 8 de julho de 2018. A ordem partira do desembargador plantonista do Tribunal Regional da 4ª Região, Rogério Favreto, que determinou a imediata libertação do ex-presidente Lula, que estava preso em Curitiba desde abril daquele ano. Na ocasião, Jungmann era o ministro Extraordinário da Segurança Pública do golpe, nomeado por Temer.
Depois da entrevista, Raul Jungmann arrependeu-se e enviou nota à TV Democracia negando ter dito o que disse.
Na entrevista, Jungmann afirmou que o ex-presidente do Thompson Flores atendeu uma ligação sua, que buscava saber o que fazer na situação descrita como “prende-e-solta” de Lula. Segundo o ex-ministro, teria sido então que lhe foi pedido que fizesse contato com o então chefe da Polícia Federal do Paraná e atual diretor geral do órgão, Maurício Valeixo, para que ele, nas palavras do ex-ministro “não mexa nessa questão”, enquanto Flores se dirigiria a seu escritório e tomaria nova decisão – até então, havia ordem judicial para soltura do ex-presidente Lula.
“Eu retruquei para ele. Disse: ‘Doutor Thompson Flores, me permita, eu não posso fazer isso. Eu sou o ministro da Segurança Pública, mas eu não posso fazer isso. O senhor, na pressa, talvez tenha se esquecido, é normal. Mas, de fato, isso está totalmente sob o controle do judiciário e qualquer ação minha pode ser imputado a mim obstrução à Justiça.’ Ele entendeu, claramente e rapidamente. E entrou em contato com [Maurício] Valeixo [ex-superintendente da PF no Paraná]”, declarou o ex-ministro.
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