O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai manter em julgamento na próxima quarta-feira a validade do inquérito das fake news, investigação que na semana passada realizou uma operação contra aliados do presidente Jair Bolsonaro e que avança cada vez mais, afirmaram à Reuters duas fontes da corte.
As maiores queixas se dão diante do fato de o inquérito ter sido aberto por conta própria pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli, escolhido o relator Alexandre de Moraes sem passar pela distribuição aleatória e também não contar com a supervisão da Procuradoria-Geral da República.
A maioria do Supremo vai avalizar a investigação por considerar que há amparo legal e previsão no regimento interno da corte, avaliaram as fontes. O julgamento vai ocorrer a partir do voto do ministro Edson Fachin, relator da ação movida pela Rede.
Uma das fontes disse que, se o julgamento da ação tivesse ocorrido ainda no ano passado, quando o inquérito foi aberto mirando críticas de integrantes da operação Lava Jato, poderia ser barrado. Na ocasião, Moraes chegou a determinar a retirada dos sites O Antagonista e da revista Crusoé uma reportagem que faz uma suposta ligação do presidente da corte, Dias Toffoli, com a empreiteira Odebrecht. Diante de críticas de censura, ele recuou da decisão.
Mas agora, com o STF no foco de críticas do presidente e de apoiadores dele, alguns desses pedindo o fechamento da corte, a apuração passou a ser vista como uma espécie de blindagem institucional.
Além disso, a apuração tem feito uma série de descobertas de aliados de Bolsonaro que estariam envolvidos com a divulgação de fake news e ameaças contra integrantes do Supremo, acrescentou a fonte.
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