Veto do governo federal a patrocínios culturais é uma convocação do Planalto aos artistas para atuarem contra medidas restritivas nos estados



 De um governo sem cultura, o toque de recolher para uma possível ajuda ao setor que tem sofrido desde o início da pandemia.

Por não reconhecer o trabalho de artistas, produtores de eventos e criadores, o governo Bolsonaro, através da Secretaria Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, suspendeu patrocínio oficial a projetos culturais com público em estados com medidas de restrição.

Quando o governo federal define que não apoiará a cultura em estados que cuidam de suas populações, que decretam medidas de isolamento diante do alto índice de mortes, deixa bem claro que está convocando o setor artístico, cultural e de eventos, para uma briga contra os estados…

O governo federal, com isso, busca aliados em prol da aglomeração, da falta de cuidados, do aumento de casos de covid e consequentemente, de mortes.

Os eventos culturais provaram que deram certo de forma online e o patrocínio seria mais do que justo.

A portaria publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira diz que propostas culturais que envolvam interação presencial com o público só serão analisadas se estiver em um estado ou município sem restrição de circulação, toque de recolher, lockdown ou outras ações que impeçam a execução do projeto.

A portaria pode até parecer que é cuidadosa em relação à transmissibilidade do coronavírus, mas deixa claro que se trata de busca de aliados contra medidas restritivas, quendo diz que “pode ser revista dependendo da manutenção ou não das medidas restritivas nos entes da federação”.

Tipo assim…se o governo do estado relaxar, tem patrocínio.

Parte dos estados, o Distrito Federal e as maiores capitais estão com medidas restritivas para tentar barrar o avanço da pandemia.

Na Câmara Federal, 5 projetos de decretos legislativos foram protocolados só nesta sexta-feira, para cancelar a portaria.

Os deputados argumentam nos projetos que a medida do Palácio do Planalto visa acabar com o fomento e o estímulo às atividades culturais no país.

Thaisa Galvão

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