O percentual dos que acham que o presidente Jair Bolsonaro deve sofrer impeachment saltou para 58%, segundo pesquisa PoderData realizada nesta semana (16-18.ago.2021). É um aumento de 8 pontos em relação ao levantamento anterior, realizado no começo de julho.
O lógico e esperável, nesta circunstância, seria Bolsonaro baixar o tom e cessar os ataques ao Supremo e ao Congresso.
O capitão, porém, ao invés de optar pela sensatez política e arrefecer o clima, acirra ainda mais os ânimos, ameaça as instituições, ataca a democracia e aumenta o tom do assobio para a matilha fascista.
Esta opção política que Barbara Tuchman [A Marcha da Insensatez] definiria como uma escolha contraproducente pode significar, na verdade, uma escolha metódica do Bolsonaro para a instalação de um caos conveniente.
Ao governo militar interessa que o Senado reprove Augusto Aras e André Mendonça e convém, também, que o STF asfixie e vitimize os canais fascistas de difamação e de propagação de ódio na internet.
Com isso eles reforçam a “narrativa” de que as instituições não deixam Bolsonaro governar e perseguem ativistas da base do governo. E ganham, assim, a retórica para convocar e manter perfilada a matilha fascista.
Na infame homenagem ao “herói” Roberto Jefferson, Eduardo Bolsonaro usou este pretexto para dizer à matilha sedenta que “já estamos vivendo a ditadura” das instituições .
Neste cenário de potencial vitória do Lula, que se combina com a profunda desmoralização e crise de legitimidade do governo militar, Bolsonaro e o partido dos generais não têm nada a perder. A eles mais interessa o caos, a confusão e o tumulto como recurso de sobrevivência e de afirmação de poder.
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