Jair Bolsonaro decidiu ignorar as pressões da Faria Lima. "Ao comentar sobre a proposta de oferecer o pagamento de R$ 400 a cerca de 750 mil caminhoneiros para compensar a alta do preço dos combustíveis, Bolsonaro disse que o mercado fica 'nervosinho' e afirmou que deverá ocorrer novo reajuste do preço dos combustíveis", aponta reportagem do jornalista Dimitrius Dantas, no Globo."Nos últimos dias, o mercado reagiu com pessimismo à direção adotada pelo governo, que decidiu alterar as regras do teto de gasto para custear um benefício de R$ 400 aos beneficiários do Auxílio Brasil, programa social que irá suceder o Bolsa Família a partir de novembro", aponta ainda o jornalista. Saiba mais:
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que o governo irá cumprir o teto de gastos no pagamento do novo Bolsa Família porque não quer desequilibrar as finanças, e manifestou o desejo que as reformas econômicas continuem caminhando no Congresso Nacional.Na tradicional transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais, Bolsonaro argumentou que a decisão de conceder benefício a famílias de baixa de renda de, no mínimo, 400 reais, respeitará o teto, em um dia marcado por tensão no mercado financeiro por temores com a responsabilidade fiscal.
"Nós temos um teto de gastos... e nós, por que buscamos cumprir o teto de gastos? Porque não queremos desequilíbrio nas finanças do Brasil. Havendo desequilíbrio, a inflação explode, todo mundo perde com isso", disse o presidente na live.
Ao afirmar que há espaço orçamentário para a concessão do Auxílio Brasil, que terá um adicional temporário para chegar aos 400 reais, Bolsonaro comemorou a aprovação do texto-base da PEC dos Precatórios em comissão especial da Câmara e parabenizou o Congresso por dar "o primeiro passo".
O parecer da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi adaptado para abrir um espaço fiscal de mais de 80 bilhões de reais em 2022.
A solução para cumprir os 400 prometidos pelo presidente para o Auxílio Brasil partiu da ala política do governo, deixou para trás o ministro da Economia, Paulo Guedes, e um teto de gastos fragilizados.
Gestada no Palácio do Planalto pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, a proposta nem mesmo passou pelos cálculos da equipe econômica. Fontes da área econômica ouvidas pela Reuters afirmaram que nem mesmo os números usados pelo relator da PEC dos Precatórios, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), foram analisados no Ministério da Economia.
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