O relatório da CPI da Covid apresentado nesta quinta-feira (20) é devastador para Jair Bolsonaro. Foram contabilizados pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) uma dezena de crimes por parte do presidente, e que podem resultar em ao menos 78 anos de prisão. O relatório possui 1.178 páginas onde descreve cristalinamente as ações e omissões do governo federal na gestão da pandemia no Brasil e qual o papel central do presidente durante a pandemia.
O documento atribiu a Bolsonaro os crimes de homicídio qualificado, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular e emprego irregular de verbas públicas.
Além desses, prevaricação, genocídio de indígenas, crime contra a humanidade, violação de direito social e incompatibilidade com dignidade e honra e decoro do cargo. Ademais, o relator também aponta os três filhos mais velhos do presidente como integrante do “núcleo de comando” da produção e divulgação de fake news.
Para que toda a investigação da CPI não acabe em pizza, ou seja, sem punir os responsáveis pelo agravamento da tragédia sanitária, senadores se anteciparam ao criar uma frente parlamentar para acompanhamento das invesitigações em curso. Difícil crer que o procurador-geral Augusto Aras irá simplesmente engavetar. Aras só tem um dever constitucional agora: pedir ao STF aberturas de inquérito. E que a justiça seja feita, pois a história cobrará todos os agentes públicos e que contribuíram, direta ou indiretamente, para o agravamento da pandemia no Brasil.
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