Ontem , 25 funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, pediram demissão.
As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão realizadas nos dias 21 e 28 de novembro, ou seja, daqui a menos de duas semanas, mas ninguém arrisca a dizer que tudo estará pronto até lá. Nesta segunda-feira (8), 25 funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, pediram demissão.
Os servidores justificam a saída pela “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima” e assédio moral dentro do órgão. A demissão em massa acontece dias após o pedido de exoneração de dois coordenadores ligados à realização do Enem.
Vice-líder do PCdoB na Câmara, Orlando Silva (SP), foi taxativo: “Bolsonaro está destruindo o MEC (Ministério da Educação)!”, diz. Para ele, a situação é grave diante do pedido de demissão faltando poucos dias para a realização das provas. “Funcionários do Inep pediram demissão criticando o comando do órgão. Está ameaçada a própria realização do exame. É um descalabro o Ministério da Educação virar playground do bolsonarismo!”, criticou.
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) também criticou o abandono do MEC. “Faltam menos de duas semanas para a realização do Enem e 25 funcionários do Inep pediram demissão, com a justificativa de ‘fragilidade técnica e administrativa da atual gestão’. O MEC está à míngua, sem comando e os estudantes de todo país que sofrem com essa desestruturação”, protestou.
Para a vice-líder da Oposição na Câmara, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), a debandada do órgão não acabará bem. “Aguardem os próximos capítulo dessa bagunça que Bolsonaro faz no Enem. Desde o 1º exame da gestão dele temos problemas. Sem falar na redução drástica da participação dos jovens. O pedido de demissão em massa no Inep não vai terminar bem. O MEC é a cara desse governo: desorganizado e sem rumo”, disse.
A ex-deputada Manuela D´Ávila (PCdoB) avalia a situação como crítica. “Faltando 13 dias para a prova do ENEM, pelo menos 21 coordenadores do Inep pediram exoneração coletiva. E o motivo todo mundo já conhece: Bolsonaro está acabando com o MEC e, segundo os servidores, as decisões não são tomadas com critérios técnicos”, diz.
Presidente da organização Todos Pela Educação, Priscila Cruz, lamentou a situação, pois a avaliação educacional brasileira sempre foi um exemplo internacional. “Esse governo está destruindo. DESTRUIÇÃO! E estão levando junto o ENEM, que garante acesso ao ensino superior a milhões de alunos.É mais q grave, é um ataque à educação pública, aos estudantes brasileiros”, escreveu nas suas redes sociais.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) diz que o esvaziamento de técnicos no INEP e o sucateamento do Enem só piora. “Já perdemos a conta aqui de quantas demissões”, lamentou a entidade.
Segundo o site G1, a Frente Parlamentar Mista da Educação, representada pelo professor Israel Batista (PV-DF), está protocolado na Comissão de Educação um requerimento para convocar o presidente do Inep para esclarecimentos. A entidade também deve enviar um pedido de informações para o MEC e Inep sobre o que tem ocorrido lá.
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