Faltando menos de um mês para o primeiro turno das eleições, Jair Bolsonaro (PL) não conseguiu engajar os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os três maiores colégios eleitorais do país, em sua campanha pela reeleição. O distanciamento, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, está ligado ao fato dos chefes dos Executivos estaduais, que disputam a mesma fatia do eleitorado visada por Bolsonaro, não quererem ser vinculados ao discurso radical do atual ocupante do Palácio do Planalto, que realiza ataques sistemáticos à democracia, ao sistema eleitoral e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). São Paulo, Rio de Janeiro e Minas possuem mais de 63 milhões de eleitores, cerca de 40% do eleitorado nacional.No Rio, o governador Cláudio Castro, que disputa a reeleição pelo PL, mesmo partido de Bolsonaro, tem feito pouco uso da imagem do chefe do governo federal em sua campanha nas redes sociais e na televisão. “Mas por pressão do PL, a ideia é que Bolsonaro entre em comerciais nas próximas semanas, só que de forma moderada e falando de economia e Auxílio Brasil”, destaca a reportagem.
Ainda conforme o periódico, “a campanha de Castro avalia como será sua participação nos eventos do 7 de Setembro no Rio de Janeiro. A ideia é de que o governador apareça ao lado de Bolsonaro, mas há um cuidado para evitar que o chefe do Executivo estadual fique vinculado a eventuais ataques ou declarações do presidente contra membros de outros poderes ou instituições democráticas”.Situação semelhante é registrada em Minas Gerais, onde Bolsonaro tentou uma aproximação com o governador Romeu Zema (Novo). Zema, que já foi visto como um aliado do Planalto, também tem ignorado Bolsonaro nas peças publicitárias de sua campanha de reeleição e os aliados também estão incentivando um movimento batizado de “Luzema”, ou seja, o voto casado no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Zema.
De acordo com pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (1), Zema lidera a eleição mineira com 52% das intenções de voto, ante 22% de Alexandre Kalil (PSD), que tem o apoio de Lula. Já Carlos Viana, apoiado por Bolsonaro, registra 5% da preferência do eleitorado.
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