O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo (09/10), durante entrevista coletiva em Belo Horizonte (MG), que sempre teve responsabilidade fiscal em seus governos, com cumprimento de superávit primário todos os anos e crescimento econômico médio anual de 4,5%. Segundo Lula, responsabilidade fiscal é uma questão de caráter. “A gente só pode gastar aquilo que ganha”, afirmou.
Lula afirmou que o Brasil voltará a ter uma economia pujante. “Esse país precisa voltar a ter relações com o mundo exterior. O Brasil, durante todo o período do meu mandato, foi protagonista internacional. Eu fui o único presidente da República na história do Brasil que participou de todas as reuniões do G8. Eu fui um dos presidentes que ajudou a criar o G20”, disse ele, em resposta aos jornalistas.
Questionado sobre a condução na economia, o ex-presidente ressaltou o legado econômico e a responsabilidade fiscal que foram a marca de suas gestões. “Fui o único presidente da República que cumpriu o superávit primário durante todo meu mandato, dando a demonstração de que responsabilidade não é questão de lei, é de caráter, por isso eu sou contra o teto de gastos”, disse. “Um presidente da República que teve o mandato mais bem sucedido na economia”, destacou.
Superávit primeiro é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo. Já o teto de gastos, instituído pela Emenda Constitucional 95, limita a capacidade de investimento do Estado, impedindo a ampliação de políticas públicas que beneficiem a população.
“Eu não preciso de uma lei para ser responsável. Eu aprendi na minha formação política que a gente só pode gastar aquilo que a gente ganha, que produz, e se a gente tiver que fazer dívida tem que ser aquela que nós podemos pagar, uma dívida para construir um ativo que possa dar retorno financeiro para quem fez o investimento”, completou Lula.
Segundo Lula, ao assumir a Presidência, em 2003, economistas diziam que o Brasil estava quebrado, sem conserto, com inflação a 12%, desemprego a 12%, dívida interna pública de 60,5% do PIB e devedor do FMI.
“Quando entrei no governo, a primeira coisa que a gente fez foi reduzir a dívida pública de 60,5% do PIB para 37% do PIB. Segundo, a gente trouxe a inflação de 12% para 4,5% que era o centro da meta, dois a mais e dois a menos durante todo o nosso mandato. Terceiro, nós geramos, em 13 anos, 22 milhões de empregos formais. Quarto, nós pagamos a dívida com o FMI e emprestamos 15 bilhões pro FMI. Éramos devedores e viramos credores do FMI”, listou o ex-presidente.
0 Comentários
Estamos aguardando seu comentário