Acordão nunca mais

É zero a chance de acordão na política do Rio Grande do Norte para 2010. Porém, não há como evitar esse tipo de insinuação. Vez por outra, o tema vem à tona, geralmente em forma de balões, como parte de uma estratégia de interesses individuais. Quando o “acordão” volta à pauta, nos bastidores, geralmente surge alguém para lembrar a chamada “paz pública” de 1978. Como se fosse possível reeditá-la, mudando apenas os personagens. Não é. Já se passaram três décadas da “paz pública”, que envolveu os caciques Alves e Maia, à época representados por Aluízio e Tarcísio. Eles se uniram para eleger Jessé Pinto Freire (senador), levando a reboque Lavoisier Maia (governador) e Geraldo Melo (vice-governador). A estratégia surtiu e não houve adversário para ameaçar a hegemonia oligárquica. Naquela época, a ditadura militar garantiu o êxito da “engenhoca” política. Agora, é tudo diferente. A própria política e o povo não permitem esse tipo de golpe. No último final de semana, a partir de um escritório de Natal, com via direta a setores da imprensa, foi relançado o acórdão, com Garibaldi Alves Filho (PMDB)–José Agripino Maia (DEM)–Wilma de Faria (PSB), que formariam o “chapão” em 2010. A estratégia, do autor da ideia, é uma tentativa de fragilizar o nome da senadora democrata Rosalba Ciarlini na corrida ao Governo do Estado. Ou seja, uma peça de ficção com alvo definido. Só isso. E que não deve prosperar, a partir da posição dos líderes citados. Ontem, no Congresso Estadual do PMDB, Garibaldi reafirmou a candidatura à reeleição e o partido definiu a sua postulação como prioridade número 1 para 2010. José Agripino, antes – e por várias vezes –, reafirmou que o seu partido terá candidatura própria à sucessão estadual, sugerindo o nome de Rosalba como provável. Wilma, também em várias oportunidades, descredenciou qualquer pessoa a falar em seu nome quando o assunto for acordão, descartando essa possibilidade esdrúxula. Os três sabem que o eleitor está cada vez mais consciente do seu papel de exercitar a democracia e que jamais aceitaria participar de um acordão nos moldes da era da ditadura. A história já foi contada. Está nos livros. E daí não sairá. Pode apostar. Cesar Santas- Jornal de Fato

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