A ata da audiência de custódia de Jair Bolsonaro detalha as justificativas apresentadas por ele para a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica. Segundo o registro oficial, o ex-presidente afirmou à juíza auxiliar que sofreu “uma certa paranoia” entre sexta (21) e sábado em razão de medicamentos receitados por médicos diferentes. Ele relatou que tem dormido mal, com sono fragmentado, e que, sob esse estado, decidiu usar um ferro de solda para mexer no equipamento eletrônico.
Bolsonaro disse ainda que fez curso de operação para lidar com esse tipo de dispositivo e que, no momento da tentativa, estavam em casa sua filha e seu irmão mais velho - mas que nenhum deles percebeu o que acontecia. Michelle Bolsonaro não estava presente. O ex-presidente afirmou que, após algum tempo, “caiu na razão”, interrompeu a ação e teria comunicado os agentes responsáveis pela custódia.
A versão, porém, difere do que consta na decisão do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado indica que a movimentação na tornozeleira acionou automaticamente um alerta na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, o que levou agentes a se dirigirem à casa do ex-presidente.
Bolsonaro também declarou que teve uma alucinação de que havia uma escuta instalada na tornozeleira e tentou abrir o “case” do equipamento. Ele afirmou ter começado a tomar os medicamentos citados quatro dias antes do episódio, atribuindo a eles a suposta alucinação.
O ex-presidente negou ter tentado romper a cinta da tornozeleira ou planejar fuga. Disse ainda que a vigília organizada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, estava a cerca de 700 metros de sua residência e que não ofereceria condições para tumulto que facilitasse qualquer tentativa de evasão. Moraes, entretanto, apontou que a mobilização poderia gerar alvoroço e dificultar o cumprimento da ordem judicial.
Fonte: CBN Jornal a Tromba e Lee Dantas
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