Os problemas que afligem o setor imobiliário dos Estados Unidos e o
elevado número de casas confiscadas devido ao não pagamento das
hipotecas estão provocando dor de cabeça na polícia. É que muitas das
propriedades estão se tornando em espaços para cultivo de maconha.
De acordo com a Administração de Repressão às Drogas dos EUA, as
autoridades descobriram esta prática no ano de 2010, ao desbaratar
atividades ilícitas em mais de 150 imóveis no interior do estado de
Nevada. Os cômodos das moradias foram transformados em estufas,
especialmente preparadas para o plantio da erva canabis.
Apenas em 2011, na Califórnia, 791 casas foram fechadas, e agora outras
propriedades em vários estados dos EUA estão sendo identificadas como
“fábricas de maconha”. Tendência semelhante está ocorrendo no Reino
Unido, onde traficantes passaram a alugar casas com o mesmo objetivo.
Martin Hurcomb, inspetor-chefe da polícia inglesa, em entrevista à
rádio BBC, comentou que, “o cultivo de maconha não ocorre apenas nas
propriedades clandestinas, mas também em casas e apartamentos de luxo.
Nós estamos chocados com o nível dos imóveis que se tornaram centros
produtores de drogas”.
Para as pessoas que precisam de dinheiro em uma economia sem emprego, o
comércio das drogas se torna uma alternativa de alta lucratividade.
Essa situação, aliada ao mercado imobiliário decadente, torna-se prato
cheio para as ações do crime organizado.
Por sua vez, diante das dificuldades financeiras, os donos dos imóveis
alugam seus imóveis sem tomar conhecimento das reais intenções dos
inquilinos, principalmente se eles cumprem com os pagamentos da locação.
O combate a essa contravenção é complexo. Também difícil de ser
analisada longe da ótica das questões jurídicas e morais. Porque, além
de beneficiar os vendedores de drogas, favorece os proprietários, e até
alimenta um mercado imobiliário que enfrenta dias difíceis de
sobrevivência.
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