A luta dos produtores rurais nordestinos contra a política do
Banco do Nordeste, ganhou uma representante guerreira: a médica
veterinária acariense Joana D’arc Pires.
Darquinha, como conheci na infância a colega de classe da minha irmã.
No último dia 12, num evento no sertão de Alagoas com a presença da
presidente da República, ela pulou um alambrado, furou a barreira de
segurança de Dilma Rousseff e chegou perto da presidente para lhe
entregar uma carta de protesto.
“Presidenta, uma mulher nordestina quer lhe falar”, era o título da carta, que denunciava à presidente “as
torturantes dívidas contraídas pelos produtores rurais junto ao Banco
do Nordeste, que há tempos perdeu a sua função social de fomentar o
desenvolvimento da nossa região e transformou-se num verdadeiro verdugo
dos sofridos produtores”.
Na carta, a
acariense que junto à família é produtora rural, falou da incapacidade
da classe em honrar compromissos junto ao banco, da ameaça de perder as
terras, e da consequência mais drástica por parte dos que acabam
entrando em depressão: o suicídio.
Foi o que aconteceu…com o pai dela.
A mãe, hoje com 76 anos, teme perder a terra onde produz…e mora.
Darquinha foi a
Alagoas com o marido Diógenes, também veterinário, e com produtores
rurais de Acari, Currais Novos, Serra Negra e Caicó.
Foram mais de 20 horas de ônibus seguindo um cenário de seca de doer nos olhos e no coração.
Se a carta de Joana D’arc teve efeito ou não, o fato é que nesta quarta-feira Dilma anunciou que o Conselho Monetário Nacional vai avaliar o perdão da dívida de agricultores atingidos pela seca no Nordeste.
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