A Presidenta Dilma decide hoje se veta alternativa ao fator previdenciário

O fator reduz o valor da aposentadoria para quem se afastar do trabalho antes da idade mínima de 60 anos, para as mulheres, e 65 para os homens.

A presidente Dilma Rousseff decide hoje (17) se sanciona ou veta a mudança no cálculo da aposentadoria com uma fórmula alternativa ao fator previdenciário. A alteração foi incluída pelo Congresso Nacional na Medida Provisória (MP) 664, cujo prazo para sanção vence nesta quarta-feira. Ontem (16) à noite, Dilma se reuniu com líderes do Senado, no Palácio da Alvorada, para discutir o veto.
O Congresso aprovou a chamada fórmula 85/95, que estabelece que, para se aposentar recebendo os proventos integralmente (obedecido o teto de R$ 4.663,75 da Previdência Social), os trabalhadores têm de somar o tempo de contribuição e a idade até atingir 85, para as mulheres, e 95 para os homens.
Na prática, a fórmula 85/95 permite que os trabalhadores se aposentem mais cedo do que pelo cálculo do fator previdenciário. O fator reduz o valor do benefício para quem se aposenta antes da idade mínima de 60 anos, para as mulheres, e 65, no caso dos homens: quanto mais cedo a aposentadoria, menor o benefício.
O governo argumenta que a fórmula aprovada pelo Congresso compromete a sustentabilidade da Previdência, principalmente no longo prazo. Na última segunda-feira (15), o ministro da Previdência, Carlos Gabas, deu sinais de que a presidente Dilma vetará a fórmula 85/95, mas não apresentou a alternativa do governo para a questão.
As centrais sindicais já anunciaram que, caso Dilma vete a medida, irão ao Congresso Nacional pedir a derrubada do veto. Ontem à noite, manifestantes protestaram em frente ao Palácio do Planalto em defesa da alternativa ao fator previdenciário. As seis maiores centrais foram recebidas no Palácio do Planalto esta semana e manifestaram posição conjunta contra o veto.
O Diário Oficial de hoje traz a sanção, com vetos, de outra lei, a que teve origem na Medida Provisória 665, que mudou as regras de acesso ao seguro-desemprego, seguro-defeso e abono salarial.
Dilma sancionou o texto com dois vetos: foram retirados da lei a necessidade de que o beneficiário do abono tenha trabalhado pelos menos 90 dias no ano para receber o benefício; e um artigo que criava regras diferenciadas de acesso ao seguro-desemprego pelo trabalhador rural.