Em longa entrevista ao site DW Brasil, o fascista mirim Kim Kataguiri traiu descaradamente seu amigo Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, e ainda revelou outro traço do seu caráter: é mentiroso. Ele afirmou, com todas as letras: “Nunca fomos aliados de Cunha”. O site até poderia ter exibido várias fotos em que os dois golpistas – o velhaco e o fedelho – aparecem juntos. Também poderia postar uma galeria com as selfies em que os integrantes do seu grupelho, o Movimento Brasil Livre (MBL), posam carregando faixas com os dizeres “Somos todos Cunha”.
Na entrevista, Kimzinho apunhala o ex-herói dos “coxinhas” e tenta justificar a traiçoeira mudança de postura do MBL. “Sempre mantivemos uma relação institucional com ele [Cunha]. O nosso primeiro encontro com ele ocorreu quando protocolamos o pedido de impeachment [de Dilma], em maio. Nossa relação sempre foi de cobrança, para saber se ele ia deferir ou indeferir. Ao contrário do que os veículos de imprensa brasileiros vêm divulgando, nós nunca fomos ‘aliados’ de Cunha. Nós nunca o defendemos, tanto que hoje estamos pedindo o afastamento dele por causa das contas na Suíça”.
O site até apresenta o traíra como o principal líder juvenil do país. “No final de outubro, Kataguiri foi incluído pela revista americana Time numa relação dos 30 jovens mais influentes do mundo”, afirma. Mas a biografia exposta é bastante reveladora. “Ele tem 19 anos e dedica o seu tempo integral a tentar derrubar a presidente Dilma Rousseff e forçar a saída do PT do governo. Membro do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri foi responsável, junto com outros grupos, pela organização de três protestos antigovernamentais que levaram milhares de brasileiros às ruas ao longo do ano”.
“Morador de Santo André (SP), fã do ex-presidente Ronald Reagan e defensor de princípios liberais – incluindo a privatização de setores como saúde e educação –, Kataguiri começou a sua carreira de ativista antipetista após abandonar a faculdade de economia, ainda no primeiro ano. Suas primeiras aparições públicas ocorreram quando postou uma série de vídeos na internet defendendo o liberalismo e criticando o Bolsa Família. Após se aproximar de outros jovens que partilhavam das mesmas ideias, participou da fundação do MBL no final de 2014, grupo que, segundo Kataguiri, é financiado por meio de doações de pessoas físicas que se interessam pelo movimento”.
Na entrevista, o fascista mirim explicita sua arrogância e suas posições reacionárias. Para a vergonha dos tucanos, ele garante que hoje seu movimento dá o rumo ao partido da oposição.
“O PSDB foi um partido que nós tivemos que empurrar ladeira acima para que ele apoiasse o impeachment. Tivemos que bater muito para que eles levassem os anseios populares para a política. Conseguimos pautar a oposição. Em 15 de março, ninguém queria falar de impeachment. É verdade que a maior parte do PSDB não quer a saída de Dilma e que muitos membros só adotaram o discurso por causa da pressão popular. É um partido que age de acordo com seus interesses eleitorais, e não por princípio”.
“Vocês acham que estão pautando o PSDB, como o Tea Party faz com os republicanos nos EUA?”, pergunta o repórter. E o fedelho arrogante confirma animado. “Eu acredito que sim. É um paralelo interessante”. Sobre sua “ideologia”, ele vomita: “Eu e o movimento defendemos a descentralização do poder e valores liberais. Queremos também a privatização de empresas, como a Petrobras e a Eletrobras, e dos sistemas de educação, saúde e saneamento”. Quais são seus ídolos: “Eu gosto muito do Milton Friedman (1912-2006), que ganhou o Prêmio Nobel de economia. O também economista Ludwig von Mises (1881-1973), o maior expoente da Escola Austríaca. Além, do ex-presidente americano Ronald Reagan e da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher”.
Por fim, uma resposta reveladora sobre o futuro dos fascistas mirins do MBL. Você tem alguma ambição política? “Eu não tenho nenhum objetivo imediato. Não vou me candidatar nas eleições de 2016. Não tenho nada para 2018 também, mas não descarto. O movimento vai ter candidatos, a ideia é ter bancadas liberais nas câmaras municipais e depois no Congresso. Um dos nossos coordenadores, Fernando Holiday, vai sair para vereador em São Paulo. Pretendemos ter candidatos em todos os Estados. A atuação na política é algo que vamos encampar, sim”.
Será que nas conversas “protocolares” com o lobista Eduardo Cunha, conhecido por financiar vários candidatos, Kim Kataguiri pediu alguma graninha para as próximas eleições?
por Altamiro Borges, em seu blog