Para regulamentar o Marco Civil da Internet, o Ministério da Justiça
lançou uma consulta pública com vistas a colher contribuições para a
edição do decreto regulatório. Um texto preliminar já está disponível
para críticas. A consulta, que se inicia nesta quarta-feira (27), estará disponível até 29 de fevereiro no portal do ministério.
O governo acredita que, como na criação do marco civil, a participação
de instituições e pessoas de fora ajudará a fortalecer quatro pilares da
lei: neutralidade da rede, segurança de registros, privacidade na rede e
transparência. "O Marco Civil da Internet é uma referência
para o mundo. Ele é inovador no conteúdo e na forma, pela participação
da sociedade em sua elaboração. Por isso, adotamos a mesma metodologia
para sua regulamentação", diz o ministro José Eduardo Cardozo.
A consulta está sendo feita em parceria com os Ministérios das
Comunicações e da Cultura. Para André Figueiredo, ministro das
Comunicações, a regulamentação ajudará a popularizar a banda larga.
"A internet é um instrumento de igualdade de oportunidades. Essa
regulamentação deve garantir que essa igualdade será alcançada", afirma.
Juca Ferreira, ministro da Cultura, entende que o resultado
da consulta pública, essa primeira regulamentação, terá que ser
atualizada constantemente. "Não existirá o momento em que
poderemos respirar e dizer 'chegamos a regulamentação ideal'. A internet
é um território em permanente evolução. Então, essa regulamentação terá
que ser atualizada periodicamente", diz. APLICATIVOS
Uma das preocupações dos ministros é não tratar de casos específicos na
regulamentação, como o bloqueio do Whatsapp em dezembro. "O decreto pode resolver algumas situações, mas não serão avaliados casos contratos", diz Cardozo, da Justiça.
Segundo Ferreira, da Cultura, está sendo discutido dentro do ministério
um projeto de lei, que passará por consulta pública, para regulamentar
os serviços de vídeo sob demanda. Figueiredo, das
Comunicações, afirma que a regulamentação dos aplicativos está sendo
trabalhada na nova Lei Geral das Telecomunicações. "Neste sentido, essa nova lei será complementar ao Marco Civil da Internet", diz. Segundo ele, não há definição ainda sobre o teor da lei.
Jornalista desde 1986, trabalhou no Diario do Rio Doce, em Minas Gerrais, Jornal da Cidade, Jornal da Paraiba, Radio Borborema, Jornal Porta Voz e Jornal a Tromba.