O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, criticou, nesta quarta-feira
(27), os oposicionistas da presidenta Dilma Rousseff, que têm dito que o
atual governo já está em seu fim. "Eu não falo de fim de governo,
porque este governo foi constitucionalmente eleito para aqui ficar até
31 de dezembro de 2018. Portanto, aqueles que querem falar 'fim de
governo' estão, indubitavelmente, associados a um golpe", disse Aragão,
durante cerimônia de instalação do Conselho Nacional de Política
Indigenista.
Aragão disse que, caso a presidenta seja afastada do seu cargo, é
essencial que a luta pelas causas sociais e culturais continuem sendo
trabalhadas. O atual cenário, na avaliação do ministro, é de tristeza.
"São tempos em que direitos estão sendo atacados sistematicamente por
uma elite culturalmente atrasada no Brasil e extremamente gananciosa.
Trabalhar em um ambiente desses exige algum tipo de heroísmo", afirmou.
"Estamos enfrentando aquilo que era perfeitamente previsível e se
chama claramente luta de classes. Este momento é um momento de luta de
classes, e nós não podemos arredar, porque, senão, nós seremos
derrotados. E nós não queremos ser derrotados. Só o fato de lutarmos,
resistirmos, mostra claramente que nós temos um futuro. E nós precisamos
lutar por esse futuro", avaliou o ministro.
O ministro classificou a instalação do Conselho Nacional de Política
Indigenista como um momento histórico, no qual o governo federal paga um
pouco mais da sua dívida histórica com os povos indígenas. "A
arquitetura institucional que foi idealizada para a criação desse
Conselho é absolutamente necessária para que o discurso das politicas
indigenistas, que tem sendo feita de forma horizontal dentro do governo
federal, venha encontrar o lugar de sua concentração", afirmou.
"De qualquer forma, estamos trabalhando e deixando muito claro que a
causa desse governo é a causa do povo necessitado do Brasil. É este o
nosso compromisso no Ministério da Justiça", disse Aragão.