Vendido para a opinião pública como um projeto "de salvação
nacional", destinado a "pacificar o País", o eventual futuro governo
Michel Temer vem tendo dificuldades para montar uma equipe; ligado ao
senador Aécio Neves (PSDB-MG), Armínio Fraga recusou convite para a
Fazenda, assim como Marcos Lisboa, que disse que só um presidente
legitimado pelo voto poderia fazer reformas; na Justiça, dois nomes
cotados, Nelson Jobim e Carlos Ayres Britto, refugaram; para completar o
quadro, o PSDB deve ficar de fora porque, de um lado, José Serra só
iria se tivesse mais poder do que o próprio Temer; de outro, os rivais
de Serra no PSDB desconfiam do projeto presidencial do senador paulista;
até agora, Temer não conseguiu pacificar nem seus aliados tucanos no
golpe.