A defesa da presidente eleita Dilma Rousseff entregou, nesta
quinta-feira (28), na Comissão Processante do Impeachment no Senado, os
documentos com as alegações finais do processo. A peça, com cerca de 500
páginas, foi entregue pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo,
um dos advogados da defesa de Dilma.
“É uma peça que sintetiza todas as provas que foram reunidas ao longo
desse período: testemunhas, perícias, prova documental. Tudo aquilo
está sintetizado, e é feita uma análise das duas denúncias”, explicou
Cardozo. Segundo o advogado, na peça da defesa também foram abordados
vários fatos que surgiram ao longo desse processo. “Um deles, muito
importante, foi a proposta de arquivamento que o Ministério Público
Federal fez relativamente ao inquérito que tratava das pedaladas.”
Cardozo mostrou-se confiante na possibilidade de os senadores absolverem Dilma.
"Se for um julgamento justo, mesmo político, a absolvição é clara, não há prova nenhuma", afirmou o advogado.
Ele acrescentou que há a possibilidade de a presidente fazer sua
própria defesa no julgamento final do processo de impeachment, que
ocorrerá no Plenário do Senado, sob o comando do presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
"Eu só acho que o relator, o senador Anastasia, vai ter muita
dificuldade em cumprir a ordem do partido dele, talvez ele cumpra. Mas
vai ter muita dificuldade, porque é difícil dizer que exista alguma
situação que permita a sustentação, com validade, desse impeachment",
disse.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) informou que senadores que apoiam
Dilma entregarão um voto em separado à Comissão de Impeachment, em
contraponto ao voto que será apresentado pelo relator na Comissão do
Impeachment, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).
A senadora disse ainda que vai requerer que a comissão colha o
depoimento do procurador da República Ivan Claudio Marx, que determinou o
arquivamento da investigação criminal que apurava se o atraso nos
repasses do governo ao BNDES, as chamadas “pedaladas fiscais”,
configuraram crime. Gleisi Hoffmann afirmou que pedirá o depoimento do
procurador antes da leitura do voto de Anastasia, que está agendado para
a terça-feira (2).
As alegações finais da defesa de Dilma serão agora analisadas pelo
relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que deverá
apresentar seu parecer sobre o processo até o dia 2 de agosto, quando o
relatório será lido na comissão processante.
Acesse aqui a íntegra das alegações finais.
brasil247