Ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho cita vários nomes, mostra documentos e detalha propina
A revista IstoÉ teve
acesso na noite desta sexta-feira 9 à integra das 82 páginas de um
relato minucioso sobre a corrupção na política nacional. Trata-se do
bombástico depoimento do ex-diretor de relações institucionais da
Odebrecht Cláudio Melo Filho. Em sua delação, Melo faz graves acusações
contra integrantes da cúpula do PMDB, ministros do primeiro escalão do
governo federal e envolve até o presidente Michel Temer.
Entre os nomes citados está o do senador
José Agripino (DEM), identificado por codinomes como “Pino” e
“Gripado”. Teria recebido R$ 1 milhão para repasse ao DEM, na campanha
de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República em 2014.
O depoimento de Cláudio implica ainda o
andar de cima do Congresso Nacional: o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e se
dedica a discorrer sobre o relacionamento da empreiteira com
integrantes também do PSDB e outras legendas.
Nomes e codinomes
Consta ainda da documentação a lista
dos que receberam propina da empreiteira e seus respectivos codinomes.
Segundo o relato, os pagamentos eram feitos por meio de doações legais e
caixa dois para que os parlamentares defendessem os interesses da
empresa no Congresso Nacional.
Cláudio Melo Filho lista uma série de
medidas provisórias e projetos no Congresso que obtiveram alterações
favoráveis à Odebrecht graças ao bom relacionamento e, claro, à
contrapartida financeira aos deputados federais e senadores.
IstoÉ publica com exclusividade também os documentos da delação.
Veja AQUI
documento na íntegra sobre depoimento de Cláudio Melo Filho, envolvendo
o presidente Michel Temer, ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco,
ex-ministro Geddel Vieira, Renan Calheiros (Presidente do Senado),
Rodrigo Maia (Presidente da Câmara Federal), Eduardo Cunha
(ex-presidente da Câmara Federal), senador José Agripino, Jacques Wagner
(ex-ministro de Dilma Rousseff), senador e ex-ministro Romero Jucá
etc.
Ele também detalha como é o sistema de
poder e corrupção no PMDB, que se divide em núcleos na Câmara Federal e
Senado da República, com prepostos dos principais líderes atuando nas
arrecadações das propinas.
Também não faltam os apelidos (codinomes) para os políticos, forma de identificação deles nas planilhas da corrupção.
do blog de carlosantos