O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira
(15), em entrevista coletiva na sede do ministério, que não tentou
impedir o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) de firmar acordo de delação
premiada no âmbito da Operação Lava Jato. O ministro disse ainda agiu
de forma “política e pessoal” e isentou a presidente Dilma Rousseff (PT)
de qualquer responsabilidade na conversa que teve com o assessor do
parlamentar, cuja gravação foi entregue à PGR nesta terça-feira (15).
“A presidenta não tem nenhuma responsabilidade, nem ninguém do
governo. Já disse e reafirmo: a responsabilidade é inteiramente minha.
Eu estou encaminhando ao Procurador-Geral da República [Rodrigo Janot], ao presidente do Supremo [Ricardo Lewandowski]
a minha total disposição de esclarecer o que for necessário em relação a
esse episódio.[…] Não se discute uma questão de governo [na conversa com o assessor de Delcídio]”, disse o ministro.
Mercadante disse também que o gesto de procurar o assessor foi
pessoal e motivado por solidariedade. Ele alegou ainda que trechos
específicos da conversa foram divulgados, enquanto outros foram
omitidos. “É absolutamente nítido, mesmo toda a tentativa do assessor de
me induzir para algumas questões como essa [impedir delação],
eu fui muito firme em deixar claro que era um direito dele e que não ia
ter qualquer interferência, e que isto não era objeto da minha
preocupação. {…} Qual era o objeto da minha preocupação? O objeto foi
que eu vi uma campanha brutal na internet contra as filhas dele, isso me
sensibilizou, uma pessoa que eu convivi por 13 anos, e eu chamei o
assessor dele para dizer: “Eu estou aqui para fazer um gesto pessoal de
solidariedade.”