"Ao assegurar a aprovação do pedido de impeachment da presidente
Dilma Rousseff, o deputado Eduardo Cunha consolidou-se como o Sílvio
Berlusconi do atual momento político brasileiro", afirma o diretor do
247 em Brasília, Paulo Moreira Leite; ele lembra que assim como
Berlusconi, que mesmo denunciado por corrupção, tornou-se o mais longevo
primeiro ministro do pós-guerra na Itália, Cunha mostrou que domina um
grupo de "conservadorismo extremo e reacionário" que garantiu 36 votos
decisivos contra Dilma; "Com votação de ontem, Cunha deu um novo para
consolidar um poder pessoal cuja dimensão surpreendeu os analistas mais
aplicados -- pois sua máquina mostrou-se capaz de dar o primeiro passo
de um golpe de Estado parlamentar no regime presidencialista
brasileiro".