Fátima pede fim da cultura da intolerância

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A senadora Fátima Bezerra solidarizou-se, nesta segunda-feira, da tribuna do Plenário, com os familiares e amigos das vítimas do massacre ocorrido em uma boate gay em Orlando, nos Estados Unidos. Ela destacou que esse atentado é fruto da cultura da intolerância, que cresce, no país e no mundo a cada dia. Para Fátima, o atentado é bem representativo de todos aqueles crimes frutos do ódio e da intolerância, que não estão restritos à territorialidade dos Estados Unidos nem a uma religião, mas que se estendem a todo tipo de aversão, seja contra homossexuais, mulheres, negros, latinos etc. “Esse crime representa todos aqueles atentados diários que presenciamos contra os direitos humanos, fruto de um discurso de ódio que se expande a cada dia e que, em nosso País, tem sido alimentado, inclusive, por governantes e parlamentares”, destacou. A senadora lembrou que a cultura da intolerância acaba a formar cidadãos agressivos aos diferentes e que, em geral, as pessoas preconceituosas o são em várias áreas: são homofóbicas, ao mesmo tempo em que são machistas, racistas, intolerantes religiosos e desprezam pessoas de nível social inferior.
Fátima enfatizou que atentados, como o que aconteceu no domingo, são na verdade, investidas contra todos os defensores dos direitos humanos. “ A cor da pele, não é uma doença, mas o racismo, sim. A homossexualidade não é uma doença, como querem alguns, mas a homofobia, sim. O feminismo não é uma doença, mas o machismo, sim - uma doença que invade as entranhas de nossa sociedade e abre espaço para que cidadãos como esse atirador de Orlando possam praticar crimes dessa magnitude; uma doença que abre espaço para que estupros coletivos, como o da menina do Rio de Janeiro, ocorram e, pior, com tentativas de se culpar a vítima, não interessando quem seja ela; uma doença que permite que cidadãos sejam violentados ou mortos em razão de sua orientação sexual, de sua cor de pele, de sua classe social”, afirmou.
Fátima destacou a importância de o país avançar cada vez mais rumo a uma cultura de paz. Nesse sentido, chamou a atenção para o papel fundamental que o Estado brasileiro tem de assegurar políticas públicas eficientes, que venham na direção da promoção e da defesa dos interesses de todos.
Educação
Ela enfatizou também o papel que a escola deve ter no combate a toda discriminação e no debate sobre as desigualdades, quaisquer que sejam elas. Lembrou que as estratégias que incluíam a discussão sobre a questão do gênero e da sexualidade no Plano Nacional de Educação foram retiradas do texto aprovado na Câmara dos Deputado. “Infelizmente, essa pauta ficou a reboque de uma bancada conservadora, fundamentalista, na Câmara dos Deputados. Simplesmente, eles alteraram a lei. A gente tem de retomar esse debate, porque a escola, mais do que qualquer outro, é o espaço adequado para promover o debate dos valores da fraternidade, da igualdade, do respeito, da tolerância e rumo à cultura da paz, não da violência. Somos totalmente contrários àqueles que querem calar nossos professores, nossos educadores, e transformá-los em meros instrutores, como defende o Movimento de Escola sem Partido, que, infelizmente, está ganhando espaço neste Governo interino e em iniciativas que avançam neste Parlamento”, concluiu.